A Rússia é um aliado do líder venezuelano Nicolás Maduro, que tomou posse para um segundo mandato no início do mês.
Juan Gaidó, presidente da Assembleia Nacional, a única instituição à margem do regime vigente no país, proclamou-se na quarta-feira presidente interino perante milhares de manifestantes em Caracas.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, rejeitou o anúncio de Gaidó, classificando-o como uma “tentativa de usurpar o poder” que viola a lei internacional.
Peskov referiu que o Kremlin está preocupado com declarações “de nações estrangeiras” que “não descartam a possibilidade de intervenção estrangeira”.
“Nicolás Maduro é o chefe de Estado legítimo” da Venezuela, afirmou, quando questionado se a Rússia estaria disposta a conceder asilo a Maduro.
A legitimidade da vitória eleitoral de Nicolás Maduro não foi reconhecida nem pela oposição, nem pela maior parte da comunidade internacional.
Os Estados Unidos, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e quase toda a América Latina, já reconheceram Juan Guaidó como Presidente interino da Venezuela.
Washington advertiu que “todas as opções estão em cima da mesa” se o chefe de Estado venezuelano, Nicolás Maduro, responder com violência à autoproclamação do líder do parlamento, Juan Guaidó, como Presidente interino.
Por seu lado, a União Europeia defendeu a legitimidade democrática do parlamento venezuelano, sublinhando que "os direitos civis, a liberdade e a segurança de todos os membros da Assembleia Nacional, incluindo do seu Presidente, Juan Guaidó, devem ser plenamente respeitados" e instando à "abertura imediata de um processo político que conduza a eleições livres e credíveis, em conformidade com a ordem constitucional".
Da parte do Governo português, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, expressou na quarta-feira pleno respeito pela "vontade inequívoca" mostrada pelo povo da Venezuela, disse esperar que Nicolás Maduro "compreenda que o seu tempo acabou" e apelou para a realização de "eleições livres".
A Venezuela, país onde residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.
LUSA