“Estamos a cinco meses das primeiras eleições. Começou muito cedo a campanha eleitoral [para as europeias]. Que não se perca a coesão social, que é o mais importante, e, depois, que se separe o essencial do acessório”, disse o Presidente da República.
O chefe de Estado falava aos jornalistas à entrada para um almoço de Natal com quatro famílias luso-venezuelanas que estão a viver atualmente em Estarreja, no distrito de Aveiro.
“O que é essencial é a força da democracia, é haver condições para a estabilidade, é haver melhores condições económicas, sociais, culturais para os portugueses. Acessório é tudo aquilo que é apenas mera afirmação pessoal ou específica, setorial”, esclareceu.
Apesar da legitimidade dessa afirmação pessoal, sublinhou, o importante é ter “um Portugal que seja no final de 2019 mais rico, mais justo, mais coeso” do que no final deste ano.
O Presidente da República falou ainda de uma "corrida contra o tempo", observando que a maioria dos partidos com assento parlamentar já indicou o cabeça de lista, e disse que isso “pode muitas vezes criar um clima eleitoral que vai, porventura, prolongar-se durante todo o ano”.
Para Marcelo, um ano de clima eleitoral significa “um ano em que não se pode perder” aquilo que aproxima as pessoas, “apesar de haver o pluralismo e a diferença e diversidade de opiniões”.
O encontro com as famílias luso-venezuelanas em Estarreja, que contou com a presença do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, serviu para homenagear as comunidades portuguesas e em particular os portugueses que vivem na Venezuela.
“Não esquecemos os que estão em todos os pontos do mundo, mas recordamos os que estão na Venezuela, e que o secretário de Estado e o ministro dos Negócios Estrangeiros têm visitado e acompanhado e permanentemente”, disse o Presidente da República.
Marcelo deixou votos de um bom Natal a todos os portugueses espalhados pelo mundo, lembrando aqueles que vivem situações “muito difíceis” em vários países.
“O caso da Venezuela é um caso de que se fala muito, mas temos casos em África e na Europa em que, devido às agitações que houve durante este ano, devido às crises e aos conflitos, às migrações e aos refugiados, houve muitos compatriotas que sofreram muito por toda a parte”, disse, lembrando que é preciso apoiá-los “diplomaticamente, consularmente, socialmente, no plano educativo e no plano político”.
LUSA