O jogador do Marítimo Ricardo Valente disse hoje que gostaria de voltar a ‘fazer o gosto ao pé’ na receção ao Benfica, no domingo, na 13.ª jornada da I Liga de futebol, deixando elogios ao novo treinador Petit.
O extremo falou à agência Lusa, ainda de sorriso rasgado após o golo vistoso, apontado ao quinto minuto depois dos 90, em Santa Maria da Feira, que deu num empate 1-1 diante do Feirense e impediu a sétima derrota seguida do clube insular no campeonato.
"A sensação no momento foi de explosão de alegria para toda a gente porque, primeiro, foi praticamente no último lance, o que tem um sabor diferente, e muita gente talvez já não acreditasse, e, em termos individuais, é sempre bom fazer um golo e ajudar a equipa, como ficou provado. Abraçámo-nos todos, estamos todos juntos e esperamos que seja a mudança para um ciclo positivo", recordou.
O espírito positivo vivido na ronda anterior traz motivação acrescida para o desafio que se segue, a receção de domingo ao Benfica, e Ricardo Valente quer ver o Estádio do Marítimo cheio, independentemente do adversário.
"Todos os jogos em casa, para nós, são ainda mais motivadores, com o nosso público. Penso que é um bom adversário para mostrarmos o bom plantel que temos e o trabalho positivo que temos vindo a fazer. Os jogos valem todos três pontos e isso, para nós, é igual. Penso que não é por jogar com um ‘grande’, mas sim por ter mais público nas bancadas que torna um jogo mais emotivo e, pessoalmente, prefiro assim, seja contra um ‘grande’ ou não", comentou.
O Benfica traz boas recordações a Valente, que fez o golo do Marítimo na igualdade a uma bola da temporada passada, no que acabaria por ser o último tento sofrido pelo guarda-redes internacional brasileiro Júlio César ao serviço do Benfica.
"Não sabia. O golo fica até com mais sabor, para recordar um dia mais tarde e espero, se puder jogar [no domingo], repetir e voltar a ‘fazer o gosto ao pé’", afirmou.
A temporada não começou bem para o Marítimo e mesmo para o atacante, que leva 12 partidas e dois golos, após os nove apontados na última época, em 42 jogos, mas o jogador observou que "não há duas épocas iguais" e que "ainda faltam muitos jogos", acreditando que os adeptos vão receber ainda "muitas alegrias".
Ricardo Valente falou também sobre a mudança de treinador, considerando que, com Cláudio Braga, "as coisas não estavam a sair" e que a chegada de Petit trouxe "agressividade e aspetos positivos", como a experiência do antigo médio internacional português.
"A malta nota que uma das vantagens é a experiência em momentos decisivos, uma palavra, um ajuste, o aspeto mental. Ele foi jogador, também esteve deste lado e sabe como o jogador pensa. Acho que isso é positivo e só nos vem ajudar, principalmente, nesta fase", revelou.
A viver na Madeira há um ano e meio, depois de ter passado a carreira praticamente toda no norte do país, o extremo considerou que a mudança "não podia ter sido melhor", tendo-se adaptado bem, e que a família adora estar na ilha.
Aos 27 anos, o antigo jogador do Vitória de Guimarães, Paços de Ferreira, Leixões, Feirense, Fafe, Esmoriz, Aliados Lordelo e que passou na formação do FC Porto, admitiu que uma passagem pelo estrangeiro seria boa, embora prefira desfrutar um dia de cada vez.
"Ainda tenho muitos objetivos que quero atingir e trabalho para isso, com paciência. Qualquer jogador gostava de estar numa das principais ligas e gostava de experimentar outros campeonatos, mas não sei, vamos ver. Eu sou um jogador do dia a dia, não sou de criar ilusões. Gosto de ter os pés bem assentes na terra e é no Marítimo onde tenho a cabeça neste momento", salientou.
LUSA