Carlos Alfonso Negret Mosquera falava durante uma conferência de imprensa, em Bogotá, durante a qual apresentou um relatório sobre a "situação dos direitos das crianças nacionais e estrangeiras nos departamentos e municípios de fronteiras" com outros países (Venezuela, Brasil, Peru e Equador).
"Neste relatório estamos a dizer (ao Governo) que há mais de 300 mil crianças da Venezuela, na Colômbia, às quais temos que dar uma atenção especial", disse.
Em comunicado, a Defensoria do Povo da Colômbia explica que "os meninos, meninas e adolescentes migrantes, especialmente os indocumentados, estão expostos a situações de alto risco e a ser vítimas de circunstâncias que põem em perigo a sua integridade física e moral."
"Os preocupantes resultados levam a concluir que apesar de existir uma política migratória, esta está dirigida à população em geral, sem especificar ações com relação a crianças migrantes, nacionais, estrangeiros com dupla nacionalidade", acrescenta.
O relatório carateriza as crianças em risco como vítimas de violência sexual, trabalho infantil ou exploração laboral nos departamentos de fronteira.
Os resultados foram obtidos por uma equipa de profissionais das provedorias de Justiça da Colômbia, da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, da Organização Internacional para as Migrações e da Agência da ONU para os refugiados, em 24 municípios e 12 departamentos fronteiriços.
O relatório contém várias recomendações, entre elas que sejam contempladas ações específicas para responder às necessidades de crianças e adolescentes perante a ameaça ou vulnerabilidade dos seus direitos. Dando ênfase às práticas sociais que tendem a naturalizar a violência sexual em todas as suas formas, o tráfico e o trabalho infantil.
LUSA