A resolução do Banif aconteceu há um mês e a polémica não tardou, sobretudo quanto ao dinheiro público envolvido e também aos contornos da operação, estando já prevista mais uma comissão de inquérito a este novo resgate à banca.
A 20 de dezembro, domingo ao final da noite, Banco de Portugal e Governo anunciaram a resolução do banco fundado em 1988 na Madeira, a venda de alguns ativos ao Santander Totta e a transferência de outros (muitos deles ‘tóxicos’) para uma sociedade-veículo.
A operação surpreendeu pela dimensão do dinheiro estatal envolvido, que no imediato foi de 2.255 milhões de euros, o que obrigou a um Orçamento retificativo e deverá fazer disparar o défice de 2015 para cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB).
A este valor há ainda que somar a prestação de garantias de 746 milhões de euros e a perda dos cerca de 800 milhões de euros que o Estado tinha emprestado em 2012 e que não tinham sido devolvidos.
No total, e retirando os 150 milhões de euros pagos pelo Santander Totta, os custos para contribuintes podem chegar até 3.600 milhões de euros.
O valor gasto no resgate ao Banif — um banco relativamente pequeno, com grande força sobretudo na Madeira e nos Açores — criou desde logo polémica e têm sido questionadas as opções tomadas pelas autoridades portuguesas. Neste processo também não tem sido isento de críticas o papel da Comissão Europeia e do Banco Central Europeu (BCE).
Cronologia dos principais acontecimentos do Banif desde a sua fundação até à atualidade:
1988
15 de janeiro – Fundação do Banif pela incorporação da histórica Caixa Económica do Funchal, sendo o principal rosto dos fundadores o empresário madeirense Horácio Roque.