A socialista entregou a candidatura na quarta-feira ao presidente da comissão organizadora do congresso do partido na região, Leonardo Santos, o último dia previsto para a formalização de candidaturas.
O socialista Ricardo Franco, ex-presidente da Câmara Municipal de Machico – atingiu este ano o limite de três mandatos – chegou a apresentar a sua candidatura em 14 de outubro, dois dias após as eleições autárquicas, mas não a formalizou.
Na altura, afirmou que o partido só terá futuro quando se unir e banir “a cultura do ódio e do divisionismo interno” e assumiu ser capaz de “unir, congregar, ouvir e chamar para o debate todos aqueles que se queiram juntar em torno daquele que deve ser o maior objetivo de todos: defender o futuro e a autonomia do Partido Socialista/Madeira”.
Numa resposta escrita enviada hoje à Lusa, Ricardo Franco disse que, após uma “séria ponderação”, concluiu não estarem reunidas as condições para formalizar a sua candidatura.
O socialista realçou que, após ter manifestado a sua disponibilidade para liderar a estrutura regional do PS, foi recebido “com sete pedras na mão”, acrescentando que “logo algumas vozes” o classificaram de incompetente, “as mesmas vozes que não há muito tempo desdobravam-se em elogios à competência e mérito” do autarca que conquistou três mandatos consecutivos na Câmara de Machico.
“Após 32 anos de dedicação ao Partido Socialista, a maior parte de todo esse tempo com vitórias eleitorais e eleito de forma ininterrupta para os órgãos autárquicos, ao nível da freguesia e do município de Machico, com maior realce para 12 anos como presidente de Câmara, passaram-me de bestial a besta num ápice”, reforçou.
Célia Pessegueiro, que perdeu nas últimas autárquicas a liderança da Câmara da Ponta do Sol, que detinha há oito anos, concorre, assim, à liderança do PS/Madeira sem adversários, com o lema “Agir para construir o futuro”.
Quando apresentou a sua candidatura, em 27 de novembro, a socialista salientou que pretende “construir partido” e preparar uma “alternativa séria e credível” que sirva toda a população do arquipélago.
“Construir partido significa que não há espaço para ajustes de contas”, afirmou, para logo reforçar: “Não me peçam para unir e ao mesmo tempo afastar ou excluir. Temos de saber encontrar o melhor que cada um pode dar no tempo e no lugar que melhor pode servir o Partido Socialista e a Madeira.”
“Candidato-me à presidência do PS/Madeira com dois objetivos fundamentais: voltar a construir o partido com militantes e simpatizantes e preparar uma alternativa séria e credível que sirva todos os madeirenses e porto-santenses”, declarou.
A candidata pretende criar um método de trabalho assente em reuniões frequentes da direção regional do partido com autarcas, dirigentes locais e deputados dos vários parlamentos, lembrando que o PS é a única força com representação nos parlamentos regional, nacional e europeu.
Célia Pessegueiro afirmou, por outro lado, que quer construir uma alternativa que “não seja apenas oposição”, mas que “ofereça soluções concretas para os problemas com que o cidadão comum se vê hoje confrontado”, por exemplo, na habitação, na saúde, nos transportes públicos.
As eleições internas no PS/Madeira decorrem em 13 de dezembro e o XXIII Congresso Regional está agendado para os dias 10 e 11 de janeiro de 2026, na sequência da demissão do atual líder regional, Paulo Cafôfo.
Cafôfo confirmou a saída na noite de 12 de outubro, após a divulgação dos resultados das eleições autárquicas na Região Autónoma da Madeira.
Os socialistas perderam a Câmara Municipal da Ponta do Sol, uma das três que lideravam, para a coligação PSD/CDS-PP, e também ficaram sem representação na vereação de quatro municípios, mantendo-se apenas no governo de Machico e Porto Moniz.
No Funchal, o principal município da Madeira, o PS passou de cinco vereadores para um, num executivo composto por 11 elementos, com seis eleitos do PSD/CDS-PP, dois do JPP, dois do Chega e um socialista.
Lusa