O alerta foi feito pelo presidente da Associação Venezuelana de Engenharia Elétrica, Mecânica e Profissões Afins (Aviem), Winston Cabas, advertindo que não são normais os cortes elétricos devido à chuva e que, tampouco, os roedores podem provocar apagões.
"Não é normal que falte a luz como acontece. Temos um sistema elétrico instável, com falta de manutenção e de pessoal. Não há investimento, nem formação [de trabalhadores], apenas corrupção", disse aos jornalistas Winston Cabas.
Segundo a Aviem, os apagões, que durante os últimos anos se faziam sentir mais intensamente no interior do país, chegaram agora a Caracas, a capital, agravando-se desde as últimas semanas devido ao mau tempo.
"Isto nunca aconteceu em 20 anos. O sistema elétrico funcionou sempre, cada ano, cada período de chuvas. Agora cai e os outros (sistemas e serviços) não funcionam", frisou.
Winston Cabas precisou ainda que "à volta de 60% dos 44 mil trabalhadores da [empresa estatal] Corporação Elétrica Nacional (Corpoelec) abandonaram as suas funções".
"A deserção destes trabalhadores deve-se à política dos maus salários e à falta de subsídios laborais, o que atenta contra a qualidade de vida. O pouco pessoal que ainda trabalha (na Corpoelec), trabalha muito para restabelecer o serviço", frisou.
O presidente da Aviem questiona ainda a versão oficial do ministro de Energia Elétrica, Luís Motta Domínguez, de que os apagões do último fim de semana, em Caracas e no vizinho estado de Miranda, foram provocados por uma explosão na subestação de Palo Verde, ocasionada por um "rato" que, alegadamente, mordeu uns cabos e ocasionou um curto-circuito".
"Que se demita por incompetência. É mentira que [os apagões] fossem originados por um rato", declarou
Desde as fortes chuvadas do passado dia 22 que as falhas elétricas se têm intensificado em vários municípios da Grande Caracas e dos vizinhos Altos Mirandinos e Valles del Tuy (ambos ao sul da capital).
LUSA