A Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF) manifestou-se hoje contra a ecotaxa turística que entrou em vigor a 01 de janeiro deste ano no município de Santa Cruz, na zona leste da Madeira.
A presidente da associação de empresários, Cristina Pedra, revelou que foi realizada uma reunião com 92% dos hoteleiros do concelho e que todos se mostraram contra a ecotaxa, imposta pela câmara municipal liderada pelo partido Juntos Pelo Povo, que cobra um euro por pessoa e por dormida nas cinco primeiras noites.
"De forma unânime, foi-nos dado conta da posição contrária à aplicação desta ecotaxa e, desde logo, a ACIF considera que não devem ser aplicados instrumentos, taxas ou qualquer outro meio que sejam uma barreira ao consumo", disse, em conferência de imprensa no Funchal.
Cristina Pedra sublinhou que o destino Madeira ainda tem um longo percurso a fazer, embora tenha recuperado e melhorado nos últimos anos, pelo que é "contraproducente a aplicação de qualquer taxa que venha onerar ou minimizar a procura turística".
Esta indicação consta mesmo do documento estratégico do setor para o período 2015/2020, o qual refere que nenhuma taxa turística deverá ser aplicada na região autónoma antes de 2020.
A ACIF considera, por isso, que a ecotaxa em Santa Cruz terá efeitos contrários ao que o plano prescreve para 2015/2020, nomeadamente o aumento do nível de satisfação do cliente, o aumento da entrada de turistas, o aumento do número de dormidas, bem como a requalificação da oferta turística.
A associação empresarial lembrou, por outro lado, que existem diversos exemplos internacionais e nacionais de destinos que implementaram ecotaxas com resultados desastrosos, levando à abolição das mesmas.
O concelho de Santa Cruz constitui o segundo maior polo turístico da Região Autónoma da Madeira, dispondo atualmente de 3.821 camas, e é o primeiro município a aplicar uma ecotaxa, com a qual a câmara conta arrecadar 650 mil euros de receita por ano.