"Esta área marinha, pioneira em Portugal, tem por objetivo, como o nome indica, a proteção de cetáceos, tartarugas e do lobo-marinho", disse Susana Prada, na sessão de abertura do Seminário Biogeográfico da Macaronésia, que decorre hoje no Funchal e visa analisar o funcionamento administrativo e operacional da Rede Natura 2000 nos arquipélagos da Madeira, Açores e Canárias.
A Madeira conta atualmente com 18 sítios na rede, num total de 2.114 hectares, incluindo tipos de habitat ainda não protegidos.
"A Rede Natura 2000 tem constituído, sem dúvida, uma ferramenta essencial para a proteção das espécies e habitats mais valiosos e ameaçados da Europa", disse Susana Prada, sublinhando que, atualmente, abarca 18% da superfície terrestre e mais de 6% do território marítimo da União Europeia.
Falando perante peritos dos três arquipélagos europeus da Macaronésia, a secretária do Ambiente e Recursos Naturais vincou que o executivo madeirense não se ficou pela simples criação de áreas protegidas, tendo vindo a desenvolver um "trabalho consistente" de recuperação de habitats e de espécies prioritárias.
"Este trabalho tem envolvido recursos humanos e financeiros significativos, os quais têm sido maioritariamente assegurados por programas comunitários, em especial pelo Programa LIFE", disse, indicando que este programa já cofinanciou, desde 1992, projetos em mais de 14 milhões de euros para a proteção, conservação e gestão das Áreas Protegidas e Sítios Classificados.
Susana Prada disse, ainda, que o Programa LIFE é o "principal responsável" pelo impulsionamento de projetos nas áreas do ambiente e conservação da natureza no arquipélago da Madeira.
"Habitats como a laurissilva ou a vegetação de altitude e espécies como o fura-bardos [ave de rapina], o lobo-marinho, a freira-do-Bugio e a freira-da-Madeira [aves marinhas], estão entre os que mais beneficiaram com este apoio", indicou.
LUSA