Num jogo considerado como chave para o apuramento no Grupo A, a formação das ‘quinas’ não podia ter começado melhor a sua quarta participação num Europeu, com a vitória mais larga de sempre, superando os 77-67 à Estónia, em 2007, e com apenas 50 pontos sofridos, algo que só tem paralelo em 1951.
Portugal, que na anterior participação (em 2011) tinha somado cinco derrotas em cinco jogos, pode agora encarar com mais tranquilidade os três jogos mais complicados que se seguem, com Sérvia, Turquia e Letónia, em busca de uma surpresa, antes da anunciada ‘final’ com a Estónia, dentro de uma semana.
Em termos individuais, Neemias Queta foi um ‘gigante’, ao somar 23 pontos, com 11 em 15 nos ‘tiros’ de campo, e recordes lusos em Europeus de 18 ressaltos e quatro desarmes de lançamento, sendo que, com ele em campo, Portugal contabilizou mais 21 pontos.
Rafael Lisboa, com 11 dos seus 15 pontos no terceiro período e três ‘triplos’ marcados – metade dos seis lusos (em 26) – foi também determinante, ‘substituindo’ ofensivamente Diogo Brito, que ficou a zero, ao não acertar os 11 ‘tiros’ tentados.
Destaque ainda para Travante Williams, autor de 10 pontos, cinco ressaltos e cinco roubos de bola, e o capitão Miguel Queiroz, com cinco pontos e sete ressaltos.
Na equipa checa, 19.ª do ranking FIBA, 37 lugares acima do conjunto das ‘quinas’ (56.º), o melhor marcador foi Vit Krejci, jogador dos Atlanta Hawks, da NBA, que se ficou, porém, pelos 10 pontos, com dois em oito nos ‘tiros’ de campo.
Com Ventura, Travante, Brito, Queiroz e Neemias de início, Portugal começou muito bem o encontro, com o poste dos Celtics letal dos dois lados do campo a valer uma vantagem inicial de sete pontos (2-9), com 5.04 minutos disputados.
Mário Gomes começou, então, a rotação, com Neemias a sair, e a equipa ressentiu-se, tanto no ataque como na defesa, e o jogo equilibrou, com os checos a colocarem-se a um ponto (10-11).
A equipa lusa ainda terminou o primeiro período na frente (10-13), mas, com Krejci ao comando, a República Checa conseguiu a primeira liderança (14-13).
Com Travante a entrar em ação e a ajuda de dois ‘triplos’, Portugal voltou a ‘mandar’ (17-22), mas os checos responderam com um parcial de 12-2, para uma máxima vantagem de cinco (29-24), perante algum desnorte dos lusos.
A parte final da primeira parte pertenceu, porém, a Portugal, que virou na frente (29-32), à custa de um 8-0 final, com seis pontos de Neemias, que chegou ao intervalo com 15 pontos e seis ressaltos, com sete em oito nos ‘tiros’ de campo.
Para a segunda parte, a equipa lusa veio sem Ventura e com Lisboa, que, com dois ‘triplos’ e uma assistência para Queiroz, passou a vantagem para 10 pontos (30-40).
Com 4.54 minutos para jogar no terceiro período, Neemias foi para o banco e o impacto negativo para Portugal foi imediato, com Svoboda a marcar seis pontos debaixo do cesto e a reduzir a desvantagem checa para cinco (38-43).
A pontaria de Lisboa, autor de 11 pontos no terceiro período, permitiu a Portugal manter-se por cima (40-45), também porque os checos falharam quatro lances livres.
O derradeiro quarto começou ‘nervoso’, com os checos a reduzirem para quatro (43-47), mas Neemias, que estava em ‘branco’ na segunda metade, marcou quatro pontos, num parcial luso de 6-3, e Portugal estabilizou (46-53).
Faltava meio período, ‘aguentar’ mais cinco minutos, e Portugal fez mais do que isso, superiorizando-se claramente na parte final, para vencer por 12 pontos, depois de ter chegado a liderar por 14 (46-60).
Jogo na Xiomani Arena, em Riga.
República Checa – Portugal, 50-62.
Ao intervalo: 29-32.
Sob a arbitragem dos polacos Wojciech Liszka e Dariusz Zapolski e do romeno Marius Ciulin, as equipas alinharam e marcaram:
– República Checa: Jan Zidek (3), Jaromir Bohacik (1), Ondrej Sehnal, Vit Krejci (10) e Martin Kriz (6) – cinco inicial. Jogaram ainda Martin Peterka (8), Petr Krivanek (2), Martin Svoboda (6), Tomas Kyzlink (7), Vojtech Hruban (7), Adam Kejval e Richard Balint.
Selecionador: Diego Ocampo.
– Portugal: Diogo Ventura (2), Travante Williams (10), Diogo Brito, Miguel Queiroz (5) e Neemias Queta (23) – cinco inicial. Jogaram ainda Rafael Lisboa (15), Daniel Relvão (2), Francisco Amarante, Cândido Sá (3), Nuno Sá, Diogo Gameiro e Vladyslav Voytso (2).
Selecionador: Mário Gomes.
Marcha do marcador: 2-7 (05 minutos), 10-13 (primeiro período), 23-22 (15), 29-32 (intervalo), 30-40 (25), 40-45 (terceiro período), 46-53 (35) e 50-62 (resultado final).
Assistência: 1.279 espetadores.
Lusa