Uma segunda parte de grande nível, com Neemias Queta em enorme destaque na parte final, ao marcar oito dos últimos 10 pontos lusos, no dia em que cumpriu apenas o terceiro jogo na seleção principal, valeu o histórico triunfo ao conjunto de Mário Gomes, que ao intervalo perdia por 44-31.
O poste dos Celtics foi o melhor marcador do encontro, com 17 pontos, mais nove ressaltos, em apenas 20.20 minutos, sendo que Travante Williams (14 pontos), Francisco Amarante (11) e Vladyslav Voytso (10) também estiveram muito bem, num jogo em que nenhum jogador espanhol chegou aos 10 pontos.
Frente a uma seleção duas vezes campeã do Mundo, a última em 2019, e quatro vezes da Europa, sendo a detentora do troféu, Portugal não podia, assim, ter começado de melhor forma a preparação para o seu quatro Europeu, após 1951, 2007 e 2011.
A seleção lusa marcou os primeiros pontos, por Diogo Brito, mas a Espanha cedo assumiu o comando (5-2), colocando-se rapidamente com 10 pontos à maior (18-8).
O avanço chegou a 16 pontos (26-10), mas Portugal, já com Neemias Queta em campo, reagiu e equilibrou os acontecimentos até ao final do primeiro período (27-14).
A Espanha retomou o domínio no início do segundo período (32-14), obrigando Mário Gomes a solicitar um desconto de tempo, para ‘implorar’ à equipa para defender.
Os jogadores lusos responderam bem e, motivados por dois ‘triplos’ de Voytso, conseguiram equilibrar o jogo e repor a desvantagem em 13 pontos (44-31), depois de um segundo parcial que terminou igualado (17-17).
A formação portuguesa fechou bem a primeira parte e, com Neemias de início, entrou ainda melhor na segunda, conseguido, com Travante Williams em grande, colocar-se a apenas quatro pontos, a meio do terceiro período (51-47).
Portugal estava agora por cima do jogo e conseguiu mesmo chegar à igualdade (59-59), a 1.05 minutos do final do terceiro período, graças a um ‘triplo’ de Rafael Lisboa, que ainda tentou outro para a liderança. Quem marcou foi Juancho Hernangómez (62-59).
A seleção da casa tentou fugir no início do quarto período (66-59), mas a equipa lusa, mesmo continuando a rodar, respondeu e, com Francisco Amarante em excelente plano, voltou a aproximar-se (68-66).
Com 3.48 minutos para jogar, e 69-66 no marcador, Mário Gomes lançou Neemias e Travante, claramente em busca da vitória, e, com quatro pontos consecutivos do poste dos Celtics, Portugal conseguiu passar para a frente do marcador (69-70).
A Espanha ainda repôs a igualdade (70-70), mas a equipa lusa foi mais forte na parte final, com Neemias a destacar-se com uma ‘tapinha’, após lançamento falhado de Travante (70-72), e, com 3,8 segundos para jogar, com o ‘afundanço’ que certificou o triunfo (73-76), assistido por Diogo Ventura
Depois de uma falta do base luso, com 1,4 segundos para jogar, Díaz marcou o primeiro lance livre (74-76) e falhou intencionalmente o segundo, mas Portugal recuperou a bola e selou a histórica vitória. Segue-se, na quinta-feira, a Espanha B.
Sob a arbitragem de Alfonso Olivares, Julio Anaya e Joaquín García, as equipas alinharam e marcaram:
– Espanha: Santi Aldama (9), Alberto Díaz (9), Willy Hernangómez (8), Alberto Abalde (5) e Joel Parra. Jogaram ainda Jaime Pradilla (9), Sergio De Larrea (6), Juancho Hernangómez (8), Xabi López-Arostegui (9), Darío Brizuela (4), Yankuba Sima (3), Mario Saint-Supéry (1) e Santi Yusta (3).
Selecionador: Sergio Scariolo.
– Portugal: Diogo Brito (6), Travante Williams (14), Diogo Ventura, Daniel Relvão (4) e Cândido Sá (2). Jogaram ainda Neemias Queta (17), Rafael Lisboa (7), Vladyslav Voytso (10), Francisco Amarante (11), Anthony da Silva, Ricardo Monteiro, Diogo Gameiro e Nuno Sá (5).
Selecionador: Mário Gomes.
Marcha do marcador: 27-14 (primeiro período), 44-31 (intervalo), 62-59 (terceiro período) e 74-76 (resultado final).