“O regresso dos nossos emigrantes será, não um problema nem um incómodo, mas uma verdadeira oportunidade”, disse Ireneu Barreto que presidiu hoje à sessão comemorativa dos 517 anos do concelho da Ponta do Sol, na zona oeste da ilha da Madeira.
No entender do juiz conselheiro, o regresso dos emigrantes deve acontecer “corretamente enquadrado, e contando com a indispensável solidariedade do Governo da República”, podendo constituir “um importante fator de dinamização da nossa região”.
“Mas para isso não basta dizermos que estamos solidários com eles, e que aceitamos acolhê-los”, disse, adiantando ser necessário que, depois de terem enfrentado tantas dificuldades, estes encontrem na Madeira “ajudas eficazes e rápidas”.
Na opinião do representante da República, é preciso “ir tão longe nos apoios quanto as possibilidades dos recursos permitirem”, apontando que “muitas vezes não exigem mais dinheiro”.
Ireneu Barreto sustentou que deve haver “maior celeridade e agilidade no processo de naturalização”, “maior flexibilidade no reconhecimento de habilitações escolares e profissionais” ou ainda na menor carga burocrática no recurso aos vários apoios previstos”.
“Porque me têm chegado, por diversas vezes, ecos de algumas dificuldades e demoras, faço daqui apelo a todas as entidades públicas – todas, sem exceção – para que, dentro das suas competências, continuem a trabalhar para que os nossos emigrantes na Venezuela, que decidiram regressar à nossa terra, que é também a deles, se sintam sempre bem acolhidos”, sublinhou.
O responsável realçou que este é o único concelho da região governado por uma mulher, a socialista Célia Pessegueiro, que, considerou, tem “sabido superar as dificuldades com que decerto se teve de deparar”.
Ireneu Barreto que é natural daquele concelho, apontou ser um município “de futuro, onde se conjuga, de forma porventura exemplar, o respeito pelo passado e pela tradição com a procura da modernidade e de novos horizonte que tem conseguido “desenvolver-se no respeito pelas atividades tradicionais, pelo seu ambiente natural, pelas circunstâncias específicas, que obrigam a ponderar cuidadosamente o impacto de cada novo investimento, soube encontrar na sua identidade uma fonte de riqueza económica e de desenvolvimento.”
O facto de possuir um valioso património cultural, uma importante cultura de bananeira foram aspetos referidos pelo juiz conselheiro que complementou que este é um concelho que se define hoje como um verdadeiro polo cultural da Madeira, assumindo-se como um ponto de encontro de cidadãos da região e do mundo e acolhendo as tendências artísticas mais contemporâneas”.
Ainda mencionou que a Ponta do Sol conseguiu superar das consequências dos temporais registados no início do ano, num trabalho realizado em colaboração entre a autarquia e o Governo Regional.
“Não duvido que será encontrada uma solução justa que permita compensar o trabalho esforçado dos produtores de banana, que o vento tanto prejudicou”, vincou, concluindo: “Espero que esse entendimento possa também ser alargado na busca de soluções consensuais para as questões de interesse comum”.
LUSA