Perante indicações, não confirmadas, de que a maioria dos habitantes do bairro é de origem são-tomense, a Lusa tentou obter dados concretos junto da Câmara Municipal de Loures, do Movimento Vida Justa e da Embaixada de São Tomé em Portugal, mas não foi possível obter esse perfil dos moradores.
Segundo a informação consular dada à Lusa, a “embaixada não dispõe de dados estatísticos precisos quanto ao número exato de emigrantes são-tomenses naquele bairro. Todavia, sabe-se que a presença da comunidade é significativa”.
A embaixada foi contactada por um porta-voz dos moradores, um cidadão são-tomense de ascendência também portuguesa, Engels Amaral, que faz parte do Movimento Vida Justa, com quem tem “mantido diálogo direto”.
De uma forma geral, a representação diplomática são-tomense frisou estar disponível para “custear o bilhete de regresso a São Tomé e Príncipe a todos os cidadãos nacionais que, de forma voluntária, manifestem essa vontade, garantindo um retorno digno e seguro”.
Particularmente, em relação a este bairro em Loures, declarou que, “desde a primeira hora, se manifestou disponível para ajudar”.
Por seu turno, o porta-voz dos moradores, Engels Amaral, frisou à Lusa que os moradores que ainda estão no bairro, apesar das demolições, não querem regressar ao seu país de origem, pois viram em Portugal uma oportunidade para um futuro melhor, apesar da atual conjuntura e crise habitacional do país.
Na sua opinião, a dificuldade em pagar rendas ou prestações bancárias é transversal aos imigrantes ou aos portugueses, que também estão presentes neste bairro em Loures, visto os valores estarem muito altos face aos salários pagos em Portugal.
A autarquia de Loures iniciou em 14 de julho uma operação de demolição de 64 habitações precárias no bairro do Talude Militar, que acolhem 161 pessoas.