Até ao acidente de viação de hoje, em Espanha, que ditou a morte dos dois futebolistas, Diogo Jota ascendeu na carreira por força do trabalho e da personalidade, tornando-se numa figura do Liverpool, “uma das melhores equipas do mundo”, que representava desde 2020, e da seleção portuguesa, “uma das melhores do mundo”, pela qual se estreou em 2019, considera o treinador de 70 anos.
“As qualidades do Diogo toda a gente as sabe: era um rapaz humilde, com grande capacidade de trabalho, com personalidade forte e vincada, com um espírito de grupo ‘top’, com muita perseverança no seu trabalho. Por isso, chegou onde chegou”, afirmou, em declarações à Lusa.
O selecionador luso entre 2014 e 2022 lançou o atacante na equipa das ‘quinas’ em 14 de novembro de 2019, numa goleada caseira sobre a Lituânia (6-0), em jogo da fase de qualificação para o Euro2020, uma decisão que tomou com naturalidade fruto do rendimento que apresentava, então, nos ingleses do Wolverhampton.
“Se o Diogo vai à seleção nacional é porque tem qualidade para ir à seleção nacional, é porque já estava há muito tempo a ser seguido. Chegou com 22 anos à seleção. Toda a gente conhece o percurso e a história do Diogo enquanto jogador”, frisou o ‘timoneiro’ das vitórias no Euro2016 e na Liga das Nações de 2019.
O avançado cumpriu 29 das 49 internacionalizações por Portugal sob a liderança de Fernando Santos, que se afirma em sintonia com a dor da família de Diogo Jota e de André Silva, que representava o Penafiel, da II Liga portuguesa, como extremo.
“Devemos estar todos com esta dor de uma família que está destroçada: pais que perderam dois filhos, as mulheres que perderam os maridos, os filhos que deixaram de ter pai. Rezo por ele e pelo irmão. Que Deus os tenha em paz. E rezo pela família dele para que consiga ultrapassar isto, que não é fácil. Não vai ser fácil toda a vida”, constatou.
O futebolista português Diogo Jota, de 28 anos, e o irmão André Silva, de 25, morreram hoje de madrugada, num acidente de viação na A52, em Cernadilla, Zamora, em Espanha.
Diogo Jota era jogador do Liverpool, que representava há cinco épocas e no qual venceu uma Liga inglesa, uma Taça de Inglaterra e duas Taças da Liga.
Na seleção portuguesa, Diogo Jota somou 49 internacionalizações, tendo conquistado duas edições da Liga das Nações, a última das quais no mês passado.
Depois da formação no Gondomar e no Paços de Ferreira, o avançado representou por uma época o FC Porto, por empréstimo do Atlético de Madrid, sendo depois cedido pelos espanhóis ao Wolverhampton, no qual esteve três temporadas.
Lusa