A necessitar de apenas um ponto nas quatro rondas que faltam para festejar novo título, o conjunto de Anfield Road esteve imparável hoje, apesar de ter sofrido um susto inicial, rapidamente anulado, tendo superado o Tottenham por 5-1.
No que ao número de troféus diz respeito, o feito hoje alcançado permitiu ao Liverpool igualar o Manchester United no topo das equipas mais tituladas, com 20 ambas.
Na época 2019/20, os ‘reds’ acabaram com uma ‘seca’ de vitórias na prova que durava há 30 anos, desde 1989/90, ainda que essa temporada tenha sido marcada pela pandemia de covid-19, que ‘esvaziou’ a celebração.
Vindo do Feyenoord, o treinador neerlandês Arne Slot, que substituiu o carismático alemão Jürgen Klopp – esteve quase uma década no clube de Merseyside -, teve sucesso imediato logo na primeira temporada, com um percurso consistente e recheado de boas exibições, nomeadamente do avançado egípcio Mo Salah, a grande figura da equipa, que, até hoje, assinou 28 golos e 18 assistências na Premier League.
Se o africano Salah foi amplamente decisivo na conquista do 20.º título, o ex-portista Luis Díaz e o neerlandês Cody Gakpo também tiveram um papel importante, face aos 12 e 9 tentos, respetivamente, naquele que foi o trio atacante preferido de Slot, com o internacional português Diogo Jota, que perdeu vários jogos devido a lesão, a registar seis na prova.
À imagem da campanha memorável na época 2019/20, Alisson Becker foi aquele que esteve mais vezes responsável para manter a baliza inviolável, assim como Trent-Alexander Arnold e Andy Robertson nas laterais e o ‘patrão’ e capitão Virgil Van Dijk ao lado de Ibrahima Konaté. Os mais vezes escolhidos para a zona central do terreno foram Dominik Szoboszlai, Alexis Mac Allister e Ryan Gravenberch.
Os sete triunfos de ‘rajada’ alcançados em oito rondas da competição e apenas três golos sofridos, com o desaire ante o Nottingham Forest (1-0), de Nuno Espírito Santo, em Anfield, a ‘manchar’ o registo quase notável, deixavam evidente a supremacia dos ‘reds’ para se assumirem como um dos favoritos a ganhar a competição.
À sexta jornada, os novos campeões já eram líderes isolados, com 15 pontos, precisamente por troca com o Manchester City, que ainda voltou ao topo no final da nona ronda, na qual cedeu pontos ante o Arsenal (2-2), em Londres.
Só que, as más exibições e, consequentemente, os maus resultados resumiram grande parte da época dos ‘citizens’, com o clube de Merseyside, que não mais perdeu a liderança desde a 10.ª ronda, a vencer o conjunto de Rúben Dias, Bernardo Silva e Matheus Nunes na 13.ª jornada (2-0) e a cavar um ‘fosso’ de nove pontos para o vice-líder, que, então, seria o Arsenal, antes de encaixarem duas igualdades seguidas ante Newcastle e Fulham, de Marco Silva, mas sem colocarem em causa o primeiro lugar.
Ainda que tenham somado mais quatro empates, contra Manchester United, de Rúben Amorim, Nottingham Forest, no dérbi com o Everton e Aston Villa, pelo meio de vários triunfos, que nunca foram além dos quatro consecutivos por três ocasiões na época, até voltarem a perder mais recentemente no reduto do Fulham (3-2), o obreiro Arne Slot conseguiu manter a equipa com os olhos postos no título, embora já não seja possível superar ou igualar a marca dos 99 pontos da edição de 2019/20.
E nem mesmo o escandaloso afastamento da Taça de Inglaterra, face ao secundário Plymouth (1-0), na quarta ronda, e o outro dissabor face à eliminação da Liga dos Campeões aos ‘pés’ dos franceses do Paris Saint-Germain, nos oitavos de final, nos penáltis, depois de ter sido vencedor do novo formato fase de liga, ‘beliscaram’ a equipa rumo a mais um título.
Lusa