Em comunicado, a Alboa esclareceu que o período de reclamação de créditos do Banif – Banco Internacional do Funchal S.A. “nem já se iniciou, nem deverá ocorrer tão cedo” e garantiu que informará “em devido tempo” do período para reclamar os créditos.
“Com efeito, aguarda-se neste momento a citação de edital para que todos os credores iniciem o prazo de reclamação de créditos. Ou seja, não corre ainda o prazo para a reclamação de créditos, podendo a citação do referido edital ser superior a 30 dias”, explicou a associação.
Em dezembro de 2014, o Banif foi alvo de uma medida de resolução, por decisão do Governo e do Banco de Portugal.
Entre os lesados estão cerca de 3.500 obrigacionistas, em grande parte oriundos das regiões autónomas da Madeira e dos Açores, mas também das comunidades portuguesas na África do Sul, Venezuela e Estados Unidos, que perderam 263 milhões de euros.
Além destes, há ainda a considerar 4.000 obrigacionistas Rentipar (‘holding’ através da qual as filhas do fundador do Banif, Horácio Roque, detinham a sua participação), que investiram 65 milhões de euros, e ainda 40 mil acionistas, dos quais cerca de 25 mil são oriundos da Madeira.
A Alboa diz que representa cerca de 1.500 lesados do Banif.
A associação tem dito várias vezes que, entre os lesados obrigacionistas, estão muitos com poucas habilitações que, persuadidos pelos comerciais do banco, transferiram poupanças de depósitos para obrigações, e dá mesmo exemplo de “situações vividas nos Açores, onde testemunhas referem que os comerciais bancários se deslocaram com frequência até aos campos de pastorícia de gado" para venderem as obrigações.
Parte da atividade do Banif foi adquirida pelo Santander Totta por 150 milhões de euros, tendo sido ainda criada a sociedade-veículo Oitante, para onde foi transferida a atividade bancária que o comprador não adquiriu.
Desde a resolução do Banif, investidores do banco têm andado em ‘luta’ por uma solução que os compense pelas perdas, para já sem sucesso.
LUSA