“Cristiano Ronaldo é, para mim, o melhor do mundo. É o número um, tem características profissionais únicas e gestos humanos louváveis, pensa em dar”, afirmou César Velasquez, numa conversa com a comunicação social no Colégio Universitário Montes Claros.
Velásquez, que foi assessor do presidente da Colômbia Alvaro Uribe, lembrou a uma conversa que teve com o jogador do Real Madrid, na qual Ronaldo explicou que não tinha tatuagens para poder dar sangue.
“Algumas técnicas de fazer tatuagens impediam as pessoas de darem sangue, ele disse-me que não fez tatuagens por causa disso. É um exemplo de generosidade, e sei que faz muitas coisas que não são públicas. Se cada jogador de futebol fizesse o mesmo seria muito bom “, referiu.
César Mauricio Velásquez defendeu a necessidade de as organizações de cúpula do futebol, os clubes, e os próprios jogadores serem mais solidários.
“As equipas não deveriam contentar-se em ter fundações, deveriam ser mais solidários, apoiando, por exemplo, as comunidades de onde proveem alguns dos seus jogadores”, defendeu, considerando que “também os jogadores devem ser mais solidários”.
O autor do livro Futebol com Alma, publicado em 2016, considerou que a organismos como a FIFA deveriam repensar a atribuição de prémios individuais a jogadores “num desporto coletivo como é o futebol”.
“Ninguém faz um golo sozinho, um golo é um trabalho de equipa. No futebol nada de bom se consegue sem uma equipa. O mundo não avança com individualidades. Oxalá os prémios fossem para as equipas”, disse.
O antigo jornalista, que foi embaixador da Colômbia junto da Santa Sé, lembrou o papel essencial da comunicação social nos fenómenos de violência associados ao futebol.
“A comunicação social deve transmitir alegria e tristeza, mas sem ódio. É preciso separar a pessoa do desempenho, caso contrário geram-se ódios”, referiu.
César Mauricio Velásquez, que comparou o desporto à política, considerou essencial formar as novas gerações para “fazer dos estádios de futebol espaços de convivência familiar, onde cada um possa vestir a sua camisola sem medo”.
O antigo jornalista admitiu ter estado 15 anos afastado dos estádios depois do assassinato do futebolista colombiano Andres Escobar, em 02 de julho de 1994, dias depois de ter apontado um autogolo num jogo do Mundial de futebol, que ditou o afastamento da Colômbia.
“Foi morto porque os apostadores acharam que estava comprado, tinha 27 anos, ia casar daí a dois meses. Era um grande profissional, uma pessoa de valores. Estive 15 anos sem entrar num estádio. Perdi o afeto”, disse, acrescentando: “Voltei a um estádio pela mão do irmão dele Santiago Escobar, mas não recuperei todo o amor e carinho que tinha pelo futebol”.
No livro Futebol com Alma, César Mauricio Velásquez, mostra o lado humano do futebol, baseando-se em conversas com o papa Francisco e com antigos futebolistas como Di Stefano e Javier Zanetti.
LUSA