A primeira campanha anual do Banco Alimentar Contra a Fome arranca hoje e conta com a solidariedade dos portugueses para que seja possível ajudar as 400 mil pessoas que ainda vivem numa situação de pobreza estrutural.
Em declarações à agência Lusa, a presidente do Banco Alimentar Contra a Fome disse acreditar que todos os portugueses “vão ser solidários para com os mais pobres da sua região, doando tudo o que podem, na medida da sua disponibilidade”.
“O grande apelo dos bancos alimentares é que as pessoas partilhem com quem tem necessidade produtos idênticos àqueles que comem em casa”, pediu Isabel Jonet.
A responsável aproveitou para lembrar que “ainda há 400 mil pessoas que recebem ajuda alimentar entregue pelas instituições parceiras” e que vivem no que pode ser classificado como um estado de pobreza estrutural.
“Em Portugal há uma pobreza estrutural muito, muito intensa e essa pobreza tem mais a ver até com a idade, reformados, pessoas mais idosas, com baixas pensões de reforma, viúvas sem carreiras contributivas e que vivem apenas com pensão mínima”, enumerou.
Por outro lado, segundo Isabel Jonet, continua a haver “muitas pessoas” que, apesar de trabalharem, não têm rendimentos suficientes para todas as despesas do seu agregado familiar, uma “situação ainda mais grave” quando nessas famílias há crianças.
De acordo com Isabel Jonet, o número de pessoas que precisa de ajuda alimentar “não tem variado muito”, a sua composição é que sim.
A responsável explicou que durante o período de crise financeira “havia mais pessoas em idade ativa que procuravam o apoio” das instituições de solidariedade e que foi nessa altura que a pobreza conjuntural mais aumentou, com famílias sobre-endividadas e muitas pessoas desempregadas.
“Esta pobreza diminuiu, mas aquilo que não se conseguiu que desça é a pobreza estrutural e é aqui que é preciso perceber que há uma franja grande da população portuguesa, cerca de um quinto, que vive numa situação muito difícil e que sem apoios externos não consegue ter uma vida digna”, sublinhou.
Nesse sentido, frisou que campanhas como a que arranca hoje servem para apelar para a solidariedade de todos os portugueses, olhando para quem precisa de ajuda, “e então conseguir construir um país mais coeso e mais justo”.
Isabel Jonet aproveitou ainda para lembrar que quem não puder ou não quiser ir a uma grande superfície comercial, pode fazer uma contribuição através do site www.alimentestaideia.pt, sendo que a campanha ‘online’ decorre até 10 de junho.
Além destas alternativas, é também possível contribuir através da “Ajuda Vale”, disponível nos supermercados e hipermercados.
LUSA