“A discussão sobre a operacionalidade do Aeroporto Internacional da Madeira – Cristiano Ronaldo é, sem dúvida, uma das prioridades da região, requerendo uma atenção urgente do Governo Regional e da Assembleia Legislativa, para um problema crítico que transtorna os madeirenses e quem nos visita, prejudica a realização do interesse público e afeta a nossa economia”, declarou Pedro Calado, no debate com caráter de urgência solicitado pela bancada do PSD sobre esta matéria.
O debate subordinado ao tema “Avaliação da operacionalidade do Aeroporto Internacional da Madeira – Cristiano Ronaldo” acontece depois de terem sido ouvidas diversa entidades em sede da Comissão Especializada de Economia, Finanças e Turismo.
O responsável do executivo madeirense defendeu que se impõe, “o mais rapidamente possível, as soluções que atenuem os constrangimentos”, considerando que o aeroporto da Madeira “não é o pior do mundo”, mas é o único a nível mundial com “limites mandatórios".
O governante sublinhou que “não é o vento que torna o aeroporto inoperacional, mas sim os limites impostos” há mais de meio século (1964), mantendo-se inalterados apesar das obras de ampliação da pista de 1.600 metros para 2.781 metros.
“São limites obrigatórios e não recomendáveis”, sublinhou, argumentando que não levam “em conta as novas tecnologias e o treino dos pilotos”, além da “evolução dos aviões, que estão devidamente equipados com sistemas de controlo que impedem qualquer manobra que ponha em causa a segurança das pessoas”.
No entender de Pedro Calado, “o processo de revisão dos limites de vento será sempre o da segurança da operação”, complementando que “uma pequena diferença” resolveria a situação.
“Porque sabemos que 47% dos aviões divergidos acontecem por o limite do vento ter sido excedido em apenas um ou dois nós”, argumentou, acrescentando que quando a velocidade é de “15 nós é considerado totalmente seguro para um avião aterrar, mas a 16 essa aterragem já é proibida”.
O vice-presidente salientou que “se o limite fosse ligeiramente menos apertado, metade dos 500 voos” que nos primeiros quatro meses deste ano foram afetados pelas condições meteorológicas “acabariam por aterrar” na Madeira.
Pedro Calado realçou que o Governo insular está a insistir nesta questão tendo reunido com diversas entidades, incluindo a Autoridade Nacional de Aviação Civil (ANAC), “a quem cabe autorizar tal decisão”, alegando esta que aguarda a “conclusão de alguns estudos” para “reequacionar e avaliar a possibilidade de alterar a situação”.
“O que se pretende é que não seja mais um estudo que se inicia e depois se interrompe sem chegar a qualquer solução”, afirmou, considerando inaceitável que uma entidade (ANAC) demonstre que “não está disponível para rever seja o que for”.
Também assegurou que o Governo Regional tem feito “pressão política” e tem reivindicado a “colaboração nacional há muito tempo” para conseguir as “melhores soluções técnicas” para este problema.
Ainda disse que o executivo madeirense “está a trabalhar em várias frentes para encontrar as melhores soluções que mitiguem os constrangimentos”.
Acrescentou que o governo insular também está disponível para “adquirir equipamentos já testados em vários aeroportos” e trazer à região especialistas de Hong Kong, local que tem um aeroporto com condições semelhantes ao da Madeira.
“A questão da segurança é fundamental, mas já chega de calma excessiva e tranquilidade”, além do “adiar consecutivamente” de uma solução, afirmou, questionando em que se baseou a definição do limite de vento em vigor em 1964.
C/ LUSA