Embora reconheça os factos, o pai alegou ter uma relação amorosa com a adolescente e ter cedido aos seus pedidos.
“Não se trata de amor, trata-se de poder e domínio. Ele não ama (a filha), gosta de ter todo o poder sobre ela, de a possuir, que lhe obedeça”, defendeu a procuradora Estelle Bois, no tribunal penal do Var, no sul de França.
O julgamento iniciado na quarta-feira colocou em evidência o domínio absoluto do pai sobre a filha, que obrigava a ter relações sexuais frequentes desde os 13 anos.
O homem ainda recrutava homens, maioritariamente mais velhos, na Internet, apresentando-se como um casal de jovens adultos à procura de realizar uma fantasia, submetendo a filha, de olhos vendados, a realizar os desejos desses homens enquanto filmava e participava.
O outro acusado, um sexagenário com seis filhos, identificado pelos investigadores, através da geolocalização de uma das muitas filmagens do pai, encontrava-se em liberdade, mas foi condenado a 16 anos de prisão.
Este processo tem paralelos o caso de grande visibilidade de múltiplas violações a Gisèle Pelicot, de 71 anos, em Avignon, no sul de França, em que o seu agora ex-marido, Dominique Pelicot, a drogou por 10 anos para violar e entregar a, pelo menos, 50 desconhecidos identificados, que foram recrutados na Internet para a violarem.
Lusa