“São fatores de grande preocupação porque significam que pode haver uma escalada no conflito (entre a Rússia e a Ucrânia) e que o número de vítimas pode aumentar de modo muito significativo a partir do momento em que a Federação Russa se permite passar a utilizar este tipo de armamento”, considerou.
Na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, que decorreu na sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em Lisboa, o chefe da diplomacia manifestou ainda o desejo de que o “sentido de responsabilidade prevaleça” porque “passar para uma dimensão nuclear traria ao conflito dimensões que são inimagináveis”.
O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na quinta-feira ter lançado um novo míssil balístico hipersónico de médio alcance, sem carga nuclear, num ataque à cidade ucraniana de Dnipro.
Esta arma era praticamente desconhecida e foi utilizada pela primeira vez pela Rússia contra a Ucrânia, servindo de ameaça a todo o Ocidente.
Na conferência de imprensa, Rangel recordou a condenação por parte de vários países europeus do uso do novo míssil, destacando a “gravidade” pela alteração da doutrina nuclear por Putin.
No passado dia 19, o líder russo assinou o decreto que alarga a possibilidade de utilização de armas nucleares, depois de os Estados Unidos terem autorizado Kiev a atacar solo russo com mísseis de longo alcance fornecidos por Washington.
Putin já havia advertido, no final de setembro, que a Rússia poderia usar armas nucleares no caso de um “lançamento massivo” de ataques aéreos contra o país e que qualquer ataque realizado por um país não nuclear, como a Ucrânia, mas apoiado por uma potência com armas atómicas, como os Estados Unidos, poderia ser considerado uma agressão “conjunta”, exigindo potencialmente o uso de armas nucleares.
Na conferência de imprensa de hoje, Rangel anunciou ainda ter sido aprovada a execução de 86 milhões de euros dos 220 milhões de euros anuais comprometidos para ajuda à Ucrânia no setor da Defesa.
Os ministros aprovaram também a “extensão temporária da proteção diplomática” aos cerca de 54 mil ucranianos que estão em Portugal, prevendo que este estatuto de proteção se prolongue para lá dos três anos inicialmente previstos devido ao conflito que se iniciou em fevereiro de 2022 com a invasão da Ucrânia pela Rússia.
Lusa