A Igreja Católica da Venezuela dispensou os católicos de comerem apenas peixe durante a Semana Santa, devido aos altos preços e a escassez de alguns produtos no país.
"Se não há o que comer, come-se o que se tiver. Abster-se de comer carne é uma manifestação de penitência, mas se não há outra coisa para comer, temos que comer carne", disse o arcebispo de Caracas.
Jorge Urosa Savino falava aos jornalistas no final de uma missa na Catedral de Caracas, em que participaram 125 sacerdotes de diferentes paróquias da capital.
"Está totalmente dispensada essa norma da Igreja, em caso de necessidade", frisou.
O arcebispo acrescentou que pediu aos sacerdotes para não politizarem as homílias, não abordando, designadamente, questões partidárias, mas que tal não significa que os problemas do país e os direitos humanos não sejam referidos.
"Nós não politizamos os atos religiosos, pedimos que não hajam ataques aos atos religiosos de parte de pessoas afetas ao Governo", disse.
Vários portugueses explicaram à agência Lusa que os preços do peixe subiram excessivamente "pondo em risco a tradição de não comer carne na Semana Santa".
Em alguns mercados locais são necessários mais de dois salários mínimos para comprar um quilo de peixe.
Entretanto, hoje, em algumas zonas populares de Caracas, vários camiões venderam atum a preços subsidiados pelo Governo.
"Eram 14:00 (18:30 em Lisboa) quando finalmente consegui comprar peixe nos camiões. Às 06:00 já estava fazendo fila, mas apareceu muita gente que passou à frente", explicou André Moncada à agência Lusa.
LUSA