“O corpo disse-me que não quer jogar mais ténis e tenho de aceitá-lo. Sou um privilegiado, pude transformar o meu passamento na minha profissão. Sou um afortunado”, resumiu, mencionando a família, a sua equipa e os seus amigos, pessoas que quer “continuar a manter próximas”.
Aos 38 anos, o vencedor de 22 torneios do Grand Slam e recordista de triunfos em Roland Garros (14) escolheu a Taça Davis para terminar a sua carreira, que acabou na terça-feira abruptamente depois de a Espanha ser surpreendida pelos Países Baixos, que venceram o duelo dos quartos de final por 2-1.
“Sinceramente, foram 20 anos de carreira profissional em que sempre me levaram ao ‘colo’”, disse, dirigindo-se ao público que lotou o Palácio dos Desportos Martín Carpena, em Málaga, onde até domingo decorre a Taça Davis.
A concluir um emotivo discurso, no qual não se esqueceu de todos aqueles que fizeram a diferença na sua vida, inclusive os adversários e até os media, e já depois de assistir a um vídeo no qual apareceram vários ‘grandes’ do desporto, nomeadamente o amigo Roger Federer, ‘Rafa’ foi instado a revelar como gostaria de ser recordado, respondendo prontamente: “Como uma boa pessoa, vinda de uma pequena vila de Maiorca”.
“Para ser honesto, muitas pessoas tentam, dão o seu melhor dia após dia, mas eu sou um dos sortudos a quem a vida deu a oportunidade de viver experiências inesquecíveis por causa do ténis. Só quero ser lembrado como uma boa pessoa e um miúdo que seguiu o seu sonho e alcançou mais do que alguma vez sonhou”, concluiu.
O esquerdino de Manacor despede-se do ténis com 92 títulos, 63 dos quais em terra batida, superfície da qual é o incontestável ‘rei’, e 209 semanas como número um mundial.
Lusa