"A sugestão de utilização do Porto Santo deve ser uma pressão discreta, nunca uma imposição", afirmou Alberto João Jardim, durante um fórum promovido pela Ordem dos Engenheiro Técnicos sobre a importância do Aeroporto do Porto Santo nas Ligação Aéreas à Ilha da Madeira, que decorreu em Machico, zona leste da ilha.
Segundo o ex-governante, desde os anos 50 que falhou a solução do transbordo por via aérea ou marítima entre o Porto Santo e a Madeira.
"As pessoas não aceitam, não fazem turismo, sujeitas a esse tipo de transbordo", realçou, vincando que "há dados que apontam o desagrado de fazer escala no Porto Santo", pelo que "seriam erradas tais imposições oficiais, que ainda desmotivassem mais as empresas de transportes aéreos".
Alberto João Jardim foi um dos oradores no fórum promovido pela Ordem dos Engenheiro Técnicos, em parceria com o jornal JM e a empresa ACIN – iCloud Solutions, onde não participaram representantes do Governo Regional da Madeira nem da ANA – Aeroporto de Portugal, responsável pelas infraestruturas na região, que, segundo a organização, foram convidados, mas alegaram "indisponibilidade" de agenda.
O ex-chefe do executivo madeirense defendeu que os limites de vento no Aeroporto Internacional da Madeira, que estão na origem dos constrangimentos cada vez mais frequentes na operação, deveriam ser alterados.
"O prioritário, agora, é rever os limites de vento na pista sem pôr em causa a segurança, mas com os atuais critérios internacionais de não existir limites fixos, tendo em conta as cada vez mais aperfeiçoadas tecnologias de segurança nos aviões e pondo-se termo imediatamente ao persecutório colonialista da intromissão permanente de entidades de Lisboa na utilização a atual pista da Madeira", afirmou.
O Aeroporto Internacional da Madeira é o único do país em que os limites de vento, determinados pela Autoridade Nacional de Avião Civil (ANAC), são mandatórios e não recomendados.
"Enquanto nestes aspetos deixarmos outros mandarem na nossa terra, não vamos a parte nenhum", realçou Alberto João Jardim.
LUSA