Este desempenho económico surge mesmo numa altura em que o país está sujeito a sanções, sendo que Moscovo injetou milhares de milhões de dólares na campanha militar na Ucrânia, gastos que ajudaram a economia nacional a absorver o choque das sanções ocidentais, que o Presidente russo, Vladimir Putin, insiste que “falharam”.
O país também conseguiu reduzir a dependência das receitas orçamentais ligadas aos hidrocarbonetos, para se proteger contra possíveis restrições adicionais ou novos choques externos nos mercados mundiais.
O FMI, no entanto, reduziu as previsões de crescimento para 2025, de 1,5% para 1,3%, num contexto de problemas estruturais persistentes.
O Banco Central Russo já alertou para o “sobreaquecimento” da economia, quando se verifica uma inflação elevada (8,6% em setembro) e uma maior dependência dos investimentos federais, impulsionada em grande parte pela evolução das encomendas militares. Para conter a subida dos preços, os analistas esperam que o banco central aumente as taxas diretoras.
O World Economic Outlook, divulgado hoje, também contem previsões para a Ucrânia, que foram revistas em baixa para um crescimento de 3% em 2024, face aos 3,2% estimados em abril.
O FMI prevê agora um aumento de apenas 2,5% do Produto Interno Bruto (PIB) da Ucrânia no próximo ano (o que compara com os 6,5% em abril).
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada em 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Após a invasão, os EUA coordenaram com a União Europeia (UE) e países aliados, como o Canadá, a imposição de sanções destinadas a isolar a economia russa do mercado financeiro internacional, nomeadamente a exclusão dos bancos russos do sistema internacional de comunicação interbancária SWIFT e sanções contra o setor energético.
Nos últimos meses, Washington e os seus aliados intensificaram as sanções contra a “máquina de guerra” russa, com restrições, por exemplo, à exportação de bens que podem ser utilizados tanto para fins civis como militares.
Para contornar as sanções ocidentais, a Rússia encontrou novas maneiras de ganhar acesso a essas matérias-primas, através de países como a China, a Índia, a Malásia e a Tailândia.
Lusa