“A adesão de dez países à União Europeia é uma história de sucesso, não apenas para os dez países que entraram, mas para toda a Comunidade Europeia. Com esta adesão a Comunidade Europeia ficou mais forte”, destacou Marek Woźniak, no debate sobre o alargamento, na sessão plenária do Comité das Regiões, em Bruxelas.
Em 01 de maio de 2004, Chipre, Malta, República Checa, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Polónia, Eslováquia e Eslovénia aderiram à União Europeia.
De acordo com Marek Woźniak, essa adesão proporcionou à União Europeia um crescimento económico na ordem dos 27%.
“O fluxo de mercadorias aumentou 30%, a indústria europeia pode aceder a matérias-primas críticas como níquel e aço e grande parte do Orçamento da União Europeia afetado a esses países teve um retorno com investimentos”, acrescentou.
Ainda segundo o responsável, também os países que aderiram registaram “mudanças positivas de desenvolvimento”, nomeadamente melhorias das vias de comunicação, na proteção de ambiente, numa melhor gestão de resíduos e na mudança para as energias renováveis, entre outras.
Durante o debate sobre os 20 anos após o alargamento da União Europeia (UE) de 2004 também Nikola Dobroslavić, relator do parecer do Comité das Regiões sobre o pacote “Alargamento 2023” (para os Balcãs Ocidentais e a Turquia), considerou que o alargamento foi “um sucesso para a UE e para os novos membros”.
“Preparou o terreno para Roménia, Bulgária e Croácia e que também foi um sucesso”, indicou.
Ao longo da sua intervenção, destacou que os países que pretendem aderir à UE – Albânia, Bósnia-Herzegovina, Geórgia, Macedónia do Norte, Moldávia, Montenegro, Sérvia, Turquia e Ucrânia – “devem tornar-se membros”.
“É bom para esses países e para a UE, em termos de economia, defesa, democracia, boa governação e desenvolvimento regional”, sustentou, alertando, no entanto, que tal só deverá acontecer se preencherem os requisitos.
Também Antje Grotheer, relatora do parecer do Comité das Regiões Europeu sobre o alargamento de 2023 – Ucrânia, Moldávia e Geórgia destacou a importância do que se alcançou em 2004 e que deu “um empurrão para o progresso da UE”.
“Nas próximas rondas de alargamento este deve ser também o objetivo. O alargamento é o instrumento de transformação mais importante que a UE tem para si própria, mas também para os que aderem”, disse.
Já a presidente da Associação das Assembleias Locais e Regionais da Ucrânia, Tetiana Yehorova-Lutsenko, assegurou que “todas as cidades e regiões da Ucrânia gostariam de fazer parte da UE”.
“Estamos bem cientes que este caminho não é simples, mas que nos abre portas para uma melhor comunicação, cooperação e será fulcral para o nosso sucesso. Estamos preparados para avançar independentemente da guerra”, afirmou.
A presidente do município de Escópia, Macedónia do Norte e copresidente do Comité Consultivo Misto UE-Macedónia do Norte, Danela Arsovska, realçou que é necessária “uma União Europeia compacta e coerente”, na qual “os governos locais têm papel importantíssimo a desempenhar”.
“Na Macedónia, infelizmente o processo de descentralização e transferência de poderes está ainda numa fase rudimentar, mas o cumprimento da regulamentação da UE está no topo das nossas prioridades”, referiu.
Atualmente, a União Europeia é constituída por 27 estados-membros: Bélgica, Bulgária, Chéquia, Dinamarca, Alemanha, Estónia, Irlanda, Grécia, Espanha, França, Croácia, Itália, Chipre, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Hungria, Malta, Países Baixos, Áustria, Polónia, Portugal, Roménia, Eslovénia, Eslováquia, Finlândia e Suécia.
Lusa