O Governo da Madeira afirmou hoje que "irá acompanhar o esforço nacional de acolhimento de refugiados de guerra", afastando preocupações ao lembrar que existem 5.700 estrangeiros no arquipélago.
Num documento hoje divulgado com o objetivo de "esclarecer a população acerca do acolhimento de refugiados no arquipélago", o executivo insular salienta que "não foi ainda definido o número, nem os países de origem dos refugiados" que serão recebidos na região autónoma, realçando que podem ser de várias nacionalidades e religiões.
Como exemplo, o Governo liderado por Miguel Albuquerque refere o caso da população síria que é constituída por diversos grupos étnicos, que pertencem a um estado laico, no qual desde 1963 acontece "um certo ecumenismo, coexistindo diversas religiões naquela nação, com respeito e tolerância pelos diferentes credos".
O Governo regional também sublinha que será levada em conta "a capacidade [da Madeira], enquanto região insular, para acolher e integrar esse número, sem qualquer transtorno a nível social e económico".
"É necessário reforçar o facto de que estas pessoas estão a fugir à guerra e ao terrorismo. São deslocados de zonas de conflito. Um êxodo que assola a Europa, a qual integramos. Nada justifica que lhes viremos as costas", argumenta.
O executivo insular sublinha que a condição de refugiados implica que "todos serão integrados sem qualquer processo de assimilação mas com a firme convicção de que os valores [do país que os acolhem] terão de ser respeitados".
O executivo menciona que a "legislação portuguesa determina que os refugiados sejam acompanhados pelas autoridades locais, como forma de garantir a sua integração e segurança" adiantando que este estatuto e condição "manter-se-á apenas e durante o período em que vigorar as condições que levaram à cedência de asilo, em contexto de guerra e de perseguição terrorista".
Recordando que o povo madeirense está espalhado pelos quatro cantos do mundo, o Governo Regional considera que esse é mais um motivo pelo qual tem a "obrigação de ser solidário para com os povos que sofrem" e refere que vivem cerca de 5.700 estrangeiros na Madeira, dos quais aproximadamente 700 são muçulmanos, mas que existe um clima de "plena paz social e sã convivência" com os naturais.
No comunicado, o executivo do arquipélago da Madeira considera que "todos são convocados a ajudar numa situação excecional que choca".
Os madeirenses vão "ajudar, dentro das possibilidades, todos os que sofrem perseguições políticas, religiosas e que a todo o custo tentam sobreviver a regimes radicais, salvando a vida dos seus e, sobretudo, das suas crianças à procura de um futuro sem balas, sem extermínio", conclui.