"Os senhores devem-nos, não um pedido de desculpas, mas um abandono imediato e definitivo da vida pública, pelo menos no que à Madeira diz respeito", disse, ao criticar as afirmações feitas por António Costa e por Carlos César na Assembleia da República.
Em causa estão declarações do primeiro-ministro e do líder parlamentar socialista, na Assembleia da República, sobre o contributo da Madeira para o agravamento do défice das contas públicas do país.
"Não devemos à Região Autónoma da Madeira, pelo contrário, essa região fica a dever a todos nós o agravamento do défice público de 2017", referiu no parlamento nacional António Costa.
"Sistematicamente, a sua verdadeira natureza vem ao de cima, uma natureza ardilosa, manipuladora, conspirativa, manhosa e matreira", acusou Carlos Rodrigues, lembrando a seguir: "foi assim enquanto líder académico, chegou ao poder no seu partido à traição e tomou conta do país à força, legalmente, mas não legitimamente. É a personificação da esperteza fugaz e saloia que glorifica o embuste e a artimanha como formas de vida e de ação".
Carlos Rodrigues lembrou que António Costa "desdenha da autonomia da estrutura regional do seu partido, manipulando-a, a seu belo prazer, sem escrúpulos, espezinhando a vontade de todos, alguém que não respeita nem se dá ao respeito, um usurpador inveterado, um oportunista sem paralelo" e quer "chegar ao poder na Madeira"
"A mentira aviltante que utilizou significa um ataque a todos os madeirenses. A afirmação torpe que fez constitui um brutal golpe na honra e na identidade de todos os que aqui residem", criticou.
"Basicamente, este senhor, que ainda é primeiro-ministro, classificou-nos, a todos, de parasitas que vivem à conta do Estado e da outra região Autónoma", argumentou.
Para o deputado social-democrata, António Costa fez "um discurso divisionista, segregacionista, um discurso perigoso". "Chama-se a isto empurrar para fora, por de parte, discriminar e renegar uma parte da população", recorrendo "a mentiras, falsidades, manipulações e aleivosias. É a perfídia em todo o seu esplendor", frisou.
Carlos Rodrigues recordou, a propósito, que António Costa foi ministro do governo que "faliu Portugal, o governo que foi obrigado a prostrar-se e implorar por ajuda externa".
"Este senhor é líder do partido que foi responsável não por um, não por dois, mas por três pedidos de assistência financeira internacional. É líder do partido que faliu o país por três vezes", declarou, acrescentando que "nesta investida, teve a colaboração do seu sátrapa de estimação, o mais notável alpinista social e político da história democrática portuguesa, o seu líder parlamentar, Carlos César".
O deputado social-democrata, ao enumerar várias variáveis económicas entre a Madeira e os Açores, lembrou que, no período 2008 a 2018, os Açores receberam "mais 1691 milhões de euros do que a Madeira," numa "média anual superior a 153 milhões de euros".
"Isto significa que, durante este período, cada açoriano custou ao Estado português cerca de 21 mil euros e cada madeirense, por seu turno, teve um custo de 13 mil euros. Uma média anual de 1.900 e 1.200 euros, respetivamente", observou.
Carlos Rodrigues recordou ainda a opinião do Conselho de Finanças Públicas no que diz respeito ao comportamento de cada uma das regiões autónomas, nomeadamente em relação a 2016.
Enunciando o parecer do Conselho das Finanças Públicas salientou: "a administração regional apresentou um excedente orçamental pelo quarto ano consecutivo, contribuindo com 17 milhões de euros para a redução do défice orçamental. A Região Autónoma da Madeira contribuiu para a melhoria verificada, com um excedente de 230 milhões de euros. A Região Autónoma dos Açores apresentou um défice de 60 milhões de euros em 2016 o que corresponde a um agravamento do mesmo em 33 milhões de euros face ao saldo registado em 2015."
" A ALM discutiu hoje também um voto de protesto do PSD contra as afirmações de António Costa, tendo o deputado do PS Vítor Freitas retorquido que os sociais-democratas "pretendem lançar uma agenda política do inimigo externo para esconder a sua má governação e enganando os madeirenses".
C/ LUSA