“As mulheres estão duplamente representadas em maioria” no grupo dos portugueses sem nenhum nível de escolaridade completo e no grupo dos que têm o ensino superior completo, refere a primeira edição eletrónica da CIG “Igualdade de Género em Portugal: indicadores-chave 2017”, publicada no seu ‘site’.
Do total da população com 15 e mais anos, 8,4% não tem nenhum nível de escolaridade completo e 17,1% tem ensino superior completo.
Em cada 100 pessoas sem nenhum nível de escolaridade, 71 são mulheres, o que pode traduzir “a falta de escolarização da população feminina mais idosa”, e em cada 100 pessoas com ensino superior completo, cerca de 60 são mulheres, o que representará “a camada mais jovem da população feminina”.
De acordo com os dados, em 2016 havia 495 mil mulheres sem escolaridade, ao mesmo tempo que estão em maioria em todas as áreas do ensino superior, com exceção da Engenharia, das Indústrias Transformadoras e da Construção.
O documento destaca “a baixa participação” das mulheres nas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) e refere que, relativamente à igualdade de género, “se o número de mulheres nas TIC igualasse o dos homens poderia haver um ganho de cerca de 9 mil milhões de euros por ano”, em termos do PIB, na União Europeia.
A nível da taxa de emprego, os dados indicam que, em 2016, era de 47,5% para as mulheres e de 56,9% para os homens.
“A diferença entre os valores poderá explicar-se, entre outras razões, pela maior participação de homens na atividade profissional, pelo facto de as raparigas tenderem a manter-se mais tempo no sistema de ensino ou ainda pela maior dificuldade das mulheres em obter um emprego”, sublinha a CIG.
Analisando dados do Eurostat, que permitem uma comparação entre Portugal e a UE28, os dados da CIG constatam que “a diferença entre os homens portugueses e os europeus, relativamente ao tempo parcial, é irrelevante, o mesmo não se podendo dizer no caso das mulheres”.
“Se em Portugal as mulheres empregadas a tempo parcial são apenas cerca de 12,5% do total do emprego feminino, a média europeia é de cerca de 32%”, sublinha o documento.
Dados indicam que a maioria das mulheres portuguesas que trabalham a tempo parcial, o fazem apenas porque não conseguem trabalhar a tempo inteiro.
A CIG assinala uma “evolução sensível” da proporção de homens que partilharam com as mulheres a licença inicial de parentalidade de 120/150 dias.
Contudo, as mulheres continuam a apresentar a maioria de licenças parentais (85,4% contra 27,5% m 2015).
LUSA