"Esta eleição não será livre nem justa. O sufrágio apenas agravará as tensões interiores e não permitirá resolvê-las", declarou a porta-voz do Departamento de Estado Heather Nauert.
A eleição presidencial "não será o reflexo da vontade dos venezuelanos e será assumida pela comunidade internacional como sendo antidemocrática e ilegítima".
O Departamento de Estado norte-americano exortou a Venezuela a instituir "um processo eleitoral transparente, aberto a uma observação internacional credível" e cumprir os compromissos internacionais, democráticos e entre nações americanas.
Também hoje a Alemanha expressou hoje preocupação pela decisão da Assembleia Constituinte da Venezuela de antecipar a realização de eleições presidenciais e instou Caracas e as instituições implicadas a darem "margem de tempo necessário" para um processo transparente.
"O anúncio de que as eleições se realizam até final de abril foi recebido pelo Governo federal (da Alemanha) com preocupação", observou o Ministério dos Assuntos Exteriores, em comunicado.
O Governo da Venezuela, liderado por Nicolás Maduro, "e todas as instituições implicadas na preparação das eleições" devem trabalhar para garantir que o sufrágio se realize "num espaço de tempo suficiente".
A Assembleia Constituinte da Venezuela, composta unicamente por apoiantes do Presidente Nicolás Maduro, aprovou na terça-feira um decreto a convocar a realização de eleições presidenciais até 30 de abril.
A aprovação, "por aclamação", teve por base uma proposta do deputado e vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo), Diosdado Cabello.
O decreto aprovado será remetido ao Conselho Nacional Eleitoral para fixar a data para as próximas eleições presidenciais, nas quais Nicolás Maduro será novamente candidato à Presidência da República, segundo anunciou recentemente o próprio.
Na terça-feira, um alto responsável do PSUV confirmou que Maduro, eleito em abril de 2013 para um mandato de seis anos, será candidato à reeleição.
O exercício do poder do sucessor de Hugo Chávez criou tensões e manifestações de venezuelanos em cólera, num país confrontado por uma crise económica sem controlo.
LUSA