Embora o “aliado importante”, cuja identidade não foi revelada pelo jornal, tenha sublinhado que Joe Biden “ainda está profundamente envolvido na luta pela reeleição”, o chefe de Estado entende que as suas próximas aparições na televisão e em eventos públicos “têm de correr bem”.
Joe Biden dará na sexta-feira a sua primeira entrevista desde o polémico debate presidencial e terá ainda eventos de campanha nos próximos dias na Pensilvânia e Wisconsin, dois estados-chave para definir o vencedor das eleições de 05 de novembro.
Até agora, o Presidente manteve-se publicamente firme na continuação da sua campanha de reeleição para a Casa Branca, apesar das críticas do seu próprio partido após um desempenho amplamente criticado durante o debate da semana passada contra Donald Trump, o rival republicano.
Após a publicação do artigo do New York Times, Andrew Bates, porta-voz da Casa Branca, rejeitou as declarações do “aliado”: “absolutamente falso”.
Um dos principais conselheiros de Biden, que também falou com o New York Times sob condição de anonimato para discutir a situação, disse que o chefe de Estado estava “bem ciente do desafio político que enfrenta”.
Este é o primeiro indício tornado público de que o Presidente está a considerar se poderá recuperar da sua performance – que se mostrou altamente negativa para a sua campanha – no palco do debate em Atlanta.
Biden tem sido duramente criticado pela sua atuação no debate em que projetou uma imagem envelhecida, com voz rouca e dificuldades para concluir algumas frases, aumentando as dúvidas entre eleitores e membros do Partido Democrata sobre a sua capacidade para derrotar Trump e levar adiante mais quatro anos de Governo.
O Presidente, de 81 anos, reconheceu na terça-feira que “quase adormeceu” durante o debate contra Trump e atribuiu o seu cansaço às viagens que fez poucos dias antes a Itália, para a cimeira do G7, e a França, para o 80.º aniversário do desembarque na Normandia.
Após o desempenho de Biden na semana passada, o foco voltou-se também para a vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, uma potencial candidata caso o chefe de Estado se retire da corrida e que tem estado envolvida num ato de equilíbrio político há vários dias.
“A candidata democrata em 2024 deve ser Kamala Harris”, defendeu o ex-congressista democrata do Ohio Tim Ryan, num entusiástico artigo de opinião para a revista Newsweek.
Porém, Harris ainda não demonstrou qualquer ambição nesse sentido.
“Joe Biden é o nosso candidato. Vencemos Donald Trump uma vez e vamos vencê-lo novamente”, disse a vice-presidente à CBS News na terça-feira, manifestando “orgulho” em fazer campanha ao lado do líder octogenário.
Após o último debate entre Biden e Trump, a democrata de 59 anos saiu imediatamente em defesa do mandatário, admitindo que o Presidente norte-americano foi “lento a começar”, mas que “terminou forte”.
O calendário oficial do Presidente indica que almoçará hoje com Kamala Harris, o que não é frequente, embora fosse um ritual semanal quando ele próprio era vice-presidente de Barack Obama.
Primeira mulher, mas também a primeira negra e asiática a tornar-se vice-presidente dos Estados Unidos, a posição de Kamala Harris coloca-a a um passo do cargo supremo. Mas isso não garante a sua substituição como candidata à Casa Branca caso Biden se retire da campanha.
Com vários cenários em aberto, Harris é um dos nomes da lista de potenciais candidatos, que incluem também o governador da Califórnia, Gavin Newsom, ou a governadora de Michigan, Gretchen Whitmer.
Lusa