A Assembleia Legislativa da Madeira discutiu hoje um voto de protesto contra a volumetria "excessiva" do Hotel Savoy Palace, Funchal, apresentado pelo deputado independente Gil Canha (ex-PND), mas a intenção não deverá ser aprovada na quinta-feira pela maioria do PSD.
"Apresento este voto de protesto para que sirva de exemplo para que no futuro não se cometa mais erros como este", justificou o deputado independente na apresentação do voto de protesto contra a volumetria do Savoy Palace, que apresenta 16 pisos (mais três do que o antigo Savoy Clássico, demolido em 2009) distribuídos por uma área de 65 mil metros quadrados e apresentando 500 quartos e 1.128 camas, num investimento de 100 milhões de euros.
Para Gil Canha, o Savoy Palace apresenta "uma volumetria descomunal" e é "perturbador", "uma loucura" e "agressivo".
Os partidos da oposição lembraram que o Savoy Palace é uma consequência do Plano de Urbanização do Infante aprovado em 2008 pela Câmara Municipal do Funchal então liderada pelo atual presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, executivo que, em resolução publicada a 10 de outubro de 2017, autorizou o aumento do número de camas das 828 camas para as 1.128.
Apesar de desagradados com o volume do hotel, CDS/PP e PS consideraram que o voto de protesto tinha sentido em 2008 aquando da aprovação do Plano do Infante e não em 2018.
BE, PCP, PTP e JPP manifestaram a sua oposição quanto à volumetria, mas não contra o investimento do Grupo Avelino Farinha e Agrela que, em 2015, adquiriu os terrenos do antigo Savoy Clássico, então já demolido, à SIET Savoy de Horácio Roque e Joe Berardo.
O PSD, por seu lado, criticou o deputado independente, dizendo estar "amarrado ao combate de alguns grupos económicos".
LUSA