“O projeto de resolução propõe ao Governo Regional que, junto com o Governo da República e até metade do ano de 2018, possa definir compromissos resolutivos em tudo aquilo que são os problemas referentes ao Banif e sobretudo aos denominados lesados do Banif”, explicou Sílvia Vasconcelos, em conferência de imprensa na Assembleia Legislativa da Madeira.
O voto de protesto, por outro lado, incide sobre o colapso da instituição bancária, que foi adquirida pelo Santander Totta em dezembro de 2015 por 150 milhões de euros, na sequência de uma resolução do Governo da República e do Banco de Portugal, através da qual foi criada a sociedade-veículo Oitante, para onde foi transferida a atividade bancária que o comprador não quis.
Neste processo há cerca de 3.500 obrigacionistas subordinados, na maioria madeirenses, muitos dos quais emigrantes, que perderam 263 milhões de euros. Além destes, há ainda a considerar 4.000 obrigacionistas Rentipar (‘holding’ através da qual as filhas do fundador do Banif, Horácio Roque, detinham a sua participação), que investiram 65 milhões de euros, e ainda 40 mil acionistas, dos quais cerca de 25 mil são também oriundos da Madeira.
Sílvia Vasconcelos recordou que a instituição estava “particularmente ligada” às atividades da Região Autónoma da Madeira e também ao Governo Regional, tendo o seu colapso culminado num “rasto de lesados e de prejuízos públicos”.
Para o PCP, o processo do Banif traduz-se no “uso abusivo de dinheiro dos depósitos dos clientes”, usado para “especulações financeiras” em benefício de “empresas amigas do regime”.
“O resultado desta gestão caiu em cima dos portugueses, com consequências para o desenvolvimento regional, que atentou contra a economia nacional, mas também contra a economia regional”, disse a deputada comunista, vincando que, na maioria, os lesados “perderam as poupanças de toda uma vida, porque confiaram no banco e este enganou-os, investido o seu dinheiro em produtos de risco”.
C/ LUSA