A vereadora socialista na Câmara Municipal da Calheta, Sofia Canha, lançou uma petição contra o encerramento da loja dos CTT na freguesia do Arco da Calheta, que já reuniu 200 assinaturas, anunciou a autarca.
"Aquilo que pretendemos é que se faça ouvir a voz da população do Arco da Calheta", disse a autarca, em conferência de imprensa naquela freguesia da zona oeste da Madeira, adiantando que a petição foi lançada na quarta-feira e está disponível online e em papel.
Sofia Canha, que também é deputada no parlamento regional, considera que a população foi "surpreendida" com a perspetiva do encerramento do balcão, um dos 22 ao nível nacional que os CTT vão fechar.
"Há uma grande afluência a este posto dos CTT e o seu encerramento está a causar grande apreensão, porque não se apresentam alternativas credíveis sobretudo para os idosos, que recorrem a este serviço para levantamento das pensões", disse.
Sofia Canha lembrou que o Arco da Calheta é a freguesia mais populosa do concelho e conta com um "número significativo" de pessoas idosas e com dificuldade de mobilidade.
"Este problema é agravado pelo facto de não haver uma rede de transportes públicos", vincou, realçando que, além disso, a freguesia tem "pouca dinamização em termos de comércio e de serviços", pelo que "não se admite que o pouco que tem encerre".
O município da Calheta tem 11.521 habitantes, sendo que 3.168 residem na freguesia do Arco (Censos de 2011).
Com o encerramento desta loja, o concelho passará a dispor apenas de um balcão dos CTT, localizado na vila da Calheta.
Sofia Canha realçou que, apesar de a empresa CTT ser privada, há um "contrato de serviço público que deve prestar".
Os CTT confirmaram a 2 de janeiro o fecho de 22 lojas no âmbito do plano de reestruturação, que, segundo a Comissão de Trabalhadores dos Correios de Portugal, vai afetar 53 postos de trabalho.
A empresa referiu que o encerramento de 22 lojas situadas de norte a sul do país e nas ilhas "não coloca em causa o serviço de proximidade às populações e aos clientes, uma vez que existem outros pontos de acesso nas zonas respetivas que dão total garantia na resposta às necessidades face à procura existente".
Em causa estão os seguintes balcões: Junqueira (concelho de Lisboa), Avenida (Loulé), Universidade (Aveiro), Termas de São Vicente (Penafiel), Socorro (Lisboa), Riba de Ave (Vila Nova de Famalicão), Paços de Brandão (Santa Maria da Feira), Lavradio (Barreiro), Galiza (Porto), Freamunde (Paços de Ferreira), Filipa de Lencastre (Sintra), Olaias (Lisboa), Camarate (Loures), Calheta (Ponta Delgada), Barrosinhas (Águeda), Asprela (Porto), Areosa (Gondomar), Araucária (Vila Real), Alpiarça, Alferrarede (Abrantes), Aldeia de Paio Pires (Seixal) e Arco da Calheta (Calheta, na Madeira).
A decisão de encerramento motivou já críticas de autarquias e utentes.
LUSA