O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou ontem Portugal de sabotar a importação de pernil de porco por parte do governo venezuelano, que não cumpriu a promessa de distribuir entre o povo este tradicional alimento de Natal.
“O que se passou com o pernil? Fomos sabotados e posso dizer de um país em particular, Portugal. Estava tudo pronto, comprámos todo o pernil que havia na Venezuela, mas tínhamos que importar e sabotaram a compra”, disse Nicolás Maduro.
O Presidente da Venezuela referiu que fez um plano e acertou os pagamentos, mas que “foram perseguidos e sabotados os barcos” que traziam o pernil.
Nicolás Maduro lamentou ainda que alguns países tenham bloqueado as contas bancárias que iriam ser utilizadas para efetuar os pagamentos.
Por outro lado, o vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo), Diosdado Cabello, acusou hoje os portugueses de se terem assustado com os norte-americanos.
"Os portugueses comprometeram-se, os ‘gringos’ (norte-americanos) assustaram-nos e não mandaram o pernil e estamos em apertos", disse.
Cabello, que é tido como o segundo homem mais forte do chavismo, falava no programa "Com el mazo dando" (a dar com o malho), transmitido pela televisão estatal venezuelana, responsabilizando ainda a "direita" e os EUA pela falta de gasolina no país.
O também membro da Assembleia Constituinte afirmou que a falta de pernil faz parte de uma estratégia da "direita" para que "o povo brigue com o próprio povo".
Diosdado Cabello justificou a falta de gasolina ao bloqueio dos norte-americanos: "Existem componentes que nós (na Venezuela) não produzimos e que quando vamos comprar fora os ‘gringos’ bloqueiam-nos".
"É um ataque contra o povo da Venezuela", frisou.
Fontes não oficiais dão conta de que pelo menos seis milhões de venezuelanos esperam ter acesso a pernil a preços subsidiados pelo Estado durante a época festiva do Natal.
LUSA