Pelo menos 22 pessoas foram detidas na segunda-feira, em Ciudad Bolívar, no sul da Venezuela, depois de várias tentativas e atos de pilhagem, que obrigaram as forças da ordem a implementar fortes medidas de segurança.
A polícia do estado de Bolívar teve de lançar bombas de gás lacrimogéneo para dispersar a multidão que estava diante de uma loja de bebidas alcoólicas da cidade, sendo que algumas pessoas responderam atirando pedras nos polícias, de acordo com o jornal El Nacional.
Incidentes parecidos repetiram-se na segunda-feira em outras lojas de bebidas, alimentos e outros produtos em distintos pontos da cidade, onde o exército, a polícia seguem hoje a patrulhar após a deslocação de tanques e outros veículos para controlar a situação.
O autarca de Ciudad Bolívar, o ‘chavista’ Sergio Hernández, fez na noite de segunda-feira um apelo à calma na sua conta no Twitter, numa mensagem que informava que o dispositivo de segurança colocado em marcha tinha o objetivo de “resolver qualquer situação e garantir a paz”.
A Venezuela viveu um dos Natais mais precários da sua história, em meio a uma grave crise económica e social – marcada pela escassez de alimentos, medicamentos e outros produtos básicos – e ainda com uma hiperinflação.
Diante da situação, o Governo e a Guarda Nacional levaram a cabo operações para obrigar os comerciantes a baixar os preços em até 50%, o que provocou grandes filas e tumultos em frente aos comércios afetados, cujos donos poderiam ver-se obrigados a encerrar devido às perdas.
Nos dias antes do Natal, a Venezuela viveu numerosos protestos espontâneos ao não chegar às pessoas a comida subsidiada e outras ajudas sociais prometidas pelo Presidente Nicolás Maduro.
Em vários estados do oeste do país, além disso, produziram-se nos últimos dias grandes filas de veículos devido à falta de combustível nas estações de serviço.
LUSA