A tradição da Noite do Mercado nasceu no Funchal, no Mercado dos Lavradores, mas depressa foi reproduzida noutros concelhos da Madeira, ainda que no dia anterior a 23 de dezembro, data do evento da capital madeirense.
Hoje são mais três locais da Madeira a terem uma ‘noite do mercado’ – Calheta, Ribeira Brava e Estreito de Câmara de Lobos.
No essencial, todos apelam a uma noite de convívio, animação e de compras natalícias, referenciadas por verduras, frutas e legumes que se adquirem frescos, a poucas horas do Natal, ao mesmo tempo que pretendem dinamizar e potenciar os produtos agrícolas que cada concelho tem.
A tradicional Noite do Mercado do Funchal, que decorre de 23 para 24 de dezembro, remonta ao século XIX, mencionada em alguns jornais locais, na altura, como um evento no Mercado Dom Pedro V, hoje a atual Alfândega do Funchal.
Em 1940 foi aberto Mercado dos Lavradores, no local onde hoje funciona, e, partir desta altura, manteve-se um período de abertura nos dias 23 e 24 de dezembro, para que se pudessem adquirir produtos típicos da quadra – pinheiros, fruta, legumes –, sempre nas zonas circundantes.
Nos últimos anos, porém, a área foi substancialmente ampliada, devido à afluência cada vez maior, pelo que agora a iniciativa ocorre em quase toda a baixa do Funchal. Este ano a câmara alargou mesmo o evento ao mercado municipal da Penteada.
A Noite do Mercado vai mobilizar este ano mais elementos das forças de segurança e socorro – ao todo 130, segundo o presidente da câmara, Paulo Cafôfo.
Durante a noite, 12 ambulâncias vão estar de prevenção, ao passo que 10 parques de estacionamento vão estar abertos 24 horas, disponibilizando um total de 5.000 lugares.
A autarquia autorizou, por outro lado, 100 pontos de venda de diversos produtos, que deste modo reforçam os estabelecimentos localizados nas artérias ao redor do Mercado.
A quadra festiva na Madeira é também marcada pelas iluminações de Natal, pela corrida de São Silvestre – a mais antiga do país – e pelo fogo-de-artifício de final de ano.
Outro ponto de interesse, na noite de 23, é uma espécie de regresso ao passado, com o regresso de diversões à zona velha da cidade.
"O regresso ao centro é excelente, é como regressar ao passado, não só eu e os empresários de diversões, mas também o povo madeirense", disse à agência Lusa Rui Carvalho, responsável pela montagem da estrutura, que abriu ao público no dia 01 de dezembro e estará aberta até janeiro.
O parque de diversões e o Circo Mundial foram instalados na zona do Cais 8, em plena Avenida do Mar, perto da Praça do Povo, construída com o entulho da grande enxurrada de 2010, e a poucos metros do Campo do Almirante Reis, na zona velha da cidade, que durante décadas foi o seu palco.
LUSA