No texto pode ler-se que "no dia 15 de Dezembro de 2017, os madeirenses assistiram à forma bárbara e hedionda em como cerca de 50 cães foram retirados a uma família de fracos recursos económicos em Câmara de Lobos, na Ilha da Madeira.
Esta família estava a ser acompanhada há cerca de 1 mês pela Associação Ajuda a Alimentar Cães, que conseguiu facultar comida e cuidados de saúde a estes animais, tendo inclusivamente levado uma veterinária ao local que se encarregou de averiguar as condições de saúde dos animais, identificando-os e aplicando desparasitantes internos e externos em todos eles."
A concluir a petição é dito que "esta situação já existia há anos, e até agora a Câmara Municipal de Câmara de Lobos nunca havia agido, e uma vez que os direitos dos animais não estão de todo salvaguardados, solicita-se a V. Exas que os animais retirados a esta família, sejam inseridos novamente no seu lar, para que a Associação Ajuda a Alimentar Cães possa dar continuidade ao trabalho que vinha desenvolvendo no sentido de encontrar lares definitivos para os cerca de 50 cães, de forma consciente, faseada, decente e gradual, sem traumas para os animais, para as suas tutoras (uma das quais inclusivamente tentou o suicídio, devido ao desespero de ter ficado sem os seus cães) e para evitar mais alarme social."
Na manhã deste sábado já mais de quinhentas pessoas tinham assinado a petição que decorre na internet.
Entretanto a câmara de Câmara de Lobos já emitiu um comunicado condenado as declarações feitas pelos dirigentes da Associação Ajuda a Alimentar Câes. Na página do
Facebook, a autarquia de Câmara de Lobos revela que foi contactada por um familiar direto da proprietária da casa donde foram retirados os 50 cães a pedir ajuda para a situação de insalubridade e de falta de condições em que viviam uma mãe e duas filhas.
Apesar de várias tentativas a câmara não conseguiu fazer a vistoria ao local tendo pedido a colaboração da Polícia de Segurança Pública e da Autoridade de Saúde de Câmara de Lobos que também se viram impedidos de vistoriar o local.
O comunicado refere que “fruto do procedimento cautelar intentado pelo Ministério Público a CMCL contactou diversas as entidades suscetíveis de acolher os animais em situação de insalubridade, tendo apenas a SPAD expressado disponibilidade para acolher os animais, entidade com quem a Câmara Municipal tem vindo a trabalhar no sentido de salvaguardar os cuidados necessários aos cães que foram recolhidos.” Refere a nota que no “dia 15 de dezembro, em presença do Oficial de Justiça do Ministério Público, da Autoridade de Saúde de Câmara de Lobos, do veterinário, da Polícia de Segurança pública e, inclusive, de elementos da Associação Ajuda Alimentar a Cães que se disponibilizaram para apoiar a ação, a Câmara Municipal mobilizou meios humanos e logísticos para o transporte dos animais, tendo a sua intervenção se cingido a essa participação. A recolha dos cães existentes na habitação foi efetuada diretamente pelos elementos da Associação Ajuda Alimentar a Cães, que os conduziram até às viaturas da câmara municipal, com exceção de um cão que apresentava sinais de agressividade, o qual foi recolhido pelo veterinário presente no local, indicado pela própria associação ajuda alimentar a cães, tendo os mesmos sido colocados nas viaturas municipais para respetivo transporte.”
A câmara de Câmara de Lobos repudia assim aquilo que diz ser “um comportamento que vem sendo usado pela Associação Ajuda Alimentar a Cães, nomeadamente na difusão de vídeos e imagens nas redes sociais, deturpando, de forma intencional e com laivos de má-fé, a verdade dos acontecimentos, designadamente, imputando responsabilidade aos funcionários da Câmara Municipal na forma como os animais foram capturados.”