O Presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, disse hoje que o comprometimento da região para com as florestas é "total" e que não admitirá gado desordenado nas serras.
Ao falar na sessão de abertura das VIII Jornadas Florestais da Macaronésia [espaço que compreende a Madeira, Açores, Canárias e Cabo Verde], Miguel Albuquerque traçou a política do Governo Regional no domínio das florestas, sua conservação e preservação, salientando que o arquipélago "já começou a interiorizar" as alterações climáticas.
"O comprometimento do Governo com estas políticas [da floresta] é total", garantiu, salientando que o gado nas serras da Madeira só será permitido por lei e de forma ordenada.
"Há uns senhores que acham que a maneira de preservar as serras é largar gado. Não é possível pôr em causa e pôr em risco pessoas e bens para satisfazer meia dúzia de caprichos e meia dúzia de práticas anacrónicas", observou.
"Vamos continuar – insistiu – a trabalhar para a sustentabilidade ambiental, social e económica desta riqueza única e decisiva para o futuro que é a nossa floresta".
O Plano de Ordenamento Florestal, o combate aos incêndios numa política articulada com o Serviço Regional da Proteção Civil, a criação de zonas corta-fogo, a valorização da Guarda Florestal através da melhoria das suas condições de trabalho e das torres de vigilância, a reflorestação com plantas endémicas e a conservação da mancha de floresta Laurissilva como forma de garantir recursos hídricos foram algumas das medidas enunciadas pelo presidente do Governo Regional.
Os representantes dos Açores, Canárias e Cabo Verde realçaram igualmente a necessidade da defesa e preservação das florestas face às alterações climáticas e desertificação.
"É um trabalho que deve envolver todos", alertou Anabela Isidoro, diretora regional dos Recursos Florestais.
O presidente do Instituto das Florestas e da Conservação da Natureza da Madeira, Manuel António Filipe, referindo-se à seca, realçou que "a única forma mais eficiente de atenuar essas alterações é através da floresta".
"A floresta e o espaço florestal é o principal fator de captação de água, se nós queremos precaver o futuro é preciso ter uma floresta bem ordenada e com as espécies corretas", lembrou.
"Proteção e Prevenção das Florestas" e "Gestão, Uso e Aproveitamento dos Ecossistemas Florestais" são os temas em debate nestas jornadas que se prolongam até quarta-feira.
Estas jornadas florestais, que se realizam a cada dois anos, em rotação entre as regiões dos Açores, Canárias e Madeira, têm a pretensão de ser um espaço no qual convergem os vários profissionais florestais, empresas e público em geral interessado em planeamento, gestão e proteção florestal.
O objetivo principal das VIII Jornadas Florestais da Macaronésia, enquanto fórum para a troca de experiências e conhecimentos entre os profissionais, é responder a alguns dos desafios, interesses comuns e preocupações, da gestão e planeamento na área florestal na Região da Macaronésia e sua aproximação com a sociedade civil.
LUSA