A degradação do Hospital dos Marmeleiros, situado na freguesia do Monte, na Madeira, acontece a um “ritmo galopante”, sendo numa unidade de “terceiro mundo”, denunciaram hoje os deputados do BE e do PTP no parlamento madeirense.
Este foi um dos assuntos em discussão no plenário da Assembleia Legislativa da Madeira, através de resoluções apresentadas pelos parlamentares bloquistas e da deputada do PTP, que serão votadas na quinta-feira.
O deputado Roberto Almada (BE) recordou que foi inscrita no Orçamento Regional de 2017 uma verba de 3,7 milhões de euros para obras de beneficiação deste hospital que funciona num edifício centenário.
“Mas quem visita verifica que as obras ainda não arrancaram e a deterioração progride a ritmo galopante”, declarou Roberto Almada, considerando que estas iniciativas devem constituir um “grito de alerta” para que o Governo da Madeira “acelere as obras de beneficiação no hospital”:
Para Roberto Almada, “este Governo Regional tem demonstrado que não tem prioridades”.
A deputada do PTP, Raquel Coelho, complementou que o executivo madeirense “por diversas vezes prometeu obras de requalificação do hospital”, opinando que as condições visíveis o tornam “num hospital do terceiro mundo”.
“Nem novo hospital, nem melhoria” dos que existem, vincou a parlamentar trabalhista madeirense, argumentando que o Governo Regional tem conseguido milhões para fazer obras nas ribeiras e outros investimentos, mas “não consegue arranjar dois ou três milhões para dar dignidade” a este hospital.
O texto da resolução do BE “recomenda ao Governo Regional que desencadeie todos os mecanismos, nomeadamente financeiros, no sentido de garantir a execução de obras de beneficiação do Hospital dos Marmeleiros numa perspetiva de melhorar as condições de prestação de cuidados aos utentes daquela unidade".
Quanto ao PTP, argumenta que a questão da “construção do novo hospital encontra-se em ‘águas de bacalhau’".
“Perante as condições de insalubridade e de degradação do edifício do Hospital dos Marmeleiros, recomenda-se ao Governo Regional a sua urgente requalificação em nome do bem-estar dos utentes e profissionais do Serviço Regional de Saúde”.
Na resolução pode ainda ler-se que “a deterioração e a insalubridade do edifício põe em risco a segurança dos profissionais de saúde e utentes”, apontando que a “probabilidade de ocorrer infeções hospitalares no Hospital dos Marmeleiros é muito elevada”.
“O doente morre não da doença, mas por estar sujeito a um ambiente físico e biológico contaminado”, refere, realçando que o Hospital dos Marmeleiros tem “a responsabilidade de receber os doentes não cirúrgicos, ou seja, da medicina interna e especialidades anexas, isto significa que a maior parte dos doentes está sujeito a um internamento prolongado”, sendo a maioria dos utentes “idosos em fase final de vida, o que redobra a necessidade de mais conforto, não só ao nível da infraestrutura como também dos próprios equipamentos que dotam o hospital”.
LUSA