O presidente do PS/Madeira, Carlos Pereira, garantiu hoje não haver "recuos" do Governo da República no apoio à construção do novo hospital da Região, mas instou o Governo Regional a resolver o processo das expropriações.
"O novo hospital será o primeiro hospital do mundo que vai levitar sob terrenos que não existem", ironizou no debate de urgência requerido pelo PSD/Madeira sobre o "recuo do Governo da República no apoio ao novo hospital".
"Este debate é uma mão cheia de nada e não há nenhum recuo da República à construção do novo hospital", lembrando que o então Governo PSD e CDS-PP não reservou uma única verba para a construção do mesmo, ao contrário do executivo socialista que já revelou que apoiará em 50%.
Para Carlos Pereira, o Governo de Miguel Albuquerque "jardinizou-se" ao utilizar este assunto como "arma de arremesso" contra a República, assegurando que o cofinanciamento "vai voltar" a estar no Orçamento de Estado.
Mário Pereira, pelo CDS-PP, lembrou que o atual secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, sempre defendeu a ampliação do atual hospital e não a construção de uma mova unidade de saúde.
O deputado centrista considerou o debate "um fogo de artifício" do PSD para tentar recuperar da derrota eleitoral que sofreu nas autárquicas de 1 de outubro.
Também para o centrista José Manuel Rodrigues, esta situação é "pescadinha de rabo na boca" porque o Governo da República não inscreve verbas enquanto não for aberto o concurso público e o executivo madeirense alega o inverso.
"Neste momento, os madeirenses estão fartos desta polémica entre os dois governos", concluiu.
Élvio Sousa, líder parlamentar do JPP, considerou que o debate era uma forma de atiçar "o contencioso autonómico" através de uma política de "chutar para a República" a resolução do problema de construção do novo hospital.
"Não embarcamos numa maré estéril de críticas contra o Governo da República", observou.
O deputado do BE Rodrigo Trancoso opinou que "este debate assenta numa premissa falaciosa", rejeitando que exista qualquer tipo de recuo e tudo não passa de "uma interpretação semântica", porque no Orçamento do Estado para 2018 existe "um reafirmar de intenção de avançar com o projeto", pelo que o Governo Regional está a tentar "camuflar a sua inépcia" neste processo.
Raquel Coelho, do PTP, lembrou que, nos últimos 40 anos, o Governo Regional gastou 15 mil milhões de euros em obras megalómanas em vez de ter apostado no setor da saúde.
O deputado independente (ex-PND), Gil Canha, criticou o Governo madeirense por ter "recuperado" e "apostar numa megalomania" do tempo do ex-presidente do executivo insular Alberto João Jardim, opinando que "ninguém quer fazer aquele hospital que serve para alimentar a guerrilha política e enganar as pessoas".
"Deve-se construir o hospital com verbas da Região", defendeu, acrescentando que os executivos madeirenses gastaram "dinheiro a potes" e "agora, para uma obra essencial, é que vai mendigar à Assembleia da República".
Quanto ao parlamentar comunista Ricardo Lume, defendeu que, "em 2018, deve constar no Orçamento Regional e no Orçamento de Estado verbas (10 milhões de euros cada) para o lançamento do concurso" público, sublinhando que "nada impede que isso seja feito".
LUSA