A qualidade do petróleo venezuelano poderá afetar negativamente as contas da Venezuela, que nas próximas semanas deverá enfrentar dificuldades para efetuar o pagamento de uma grande quantidade da dívida externa.
Segundo o portal petrolífero OilPrice, a produção de petróleo na Venezuela está experimetar uma deterioração da qualidade, que "está em muito relacionada com a crise económica no país".
"A petrolífera estatal Petróleos de Venezuela SA (PDVSA) teria vendido petróleo adulterado, com altos níveis de água, sal ou metais, que podem causar problemas nas refinarias. É uma situação preocupante para uma empresa de petróleo que sofreu uma queda acentuada na sua produção", explica.
Segundo o OilPrice, "sem dinheiro, a PDVSA está a lutar para obter os produtos químicos adequados para tratar o petróleo ou pagar por equipamentos e manutenção para manter a qualidade".
"Como resultado, a PDVSA teve que desligar operações e acelerar produção. Estamos a repetir pontos de injeção química, a recuper bombas e tanques de armazenamento, mas sem produtos químicos não podemos fazer nada", explica o portal, citando um funcionário da empresa estatal venezuelana.
O OilPrice adianta que tem havido queixas e cancelamento de compras de petróleo devido a problemas com a qualidade, por parte de refinadores dos EUA, Índia e China, por 170,9 milhões de euros.
Por outro lado, precisa que a PDVSA é a única "linha de vida" para o Estado venezuelano, mas que "o produto está a cair, o dinheiro está a secar e os trabalhadores do petróleo fogem do país por causa da escassez de alimentos e da violência".
"A Venezuela tem pagamentos importantes para pagar nas próximas semanas. O Governo luta para encontrar uma solução. O Presidente Nicolás Maduro disse, no inicio de outubro, que a dívida da Rosneft (petrolífera russa) teria que ser reestruturada (…) no começo do mês a Venezuela perdeu pagamentos pelo montante de 298,2 milhões de euros. Há um período de espera de 30 dias antes do país estar tecnicamente inadimplente", explica.
Segundo o OilPrice, a Venezuela deverá pagar, entre 27 de outubro e 2 de novembro, 4,4 biliões de dólares (3,76 mil milhões de euros).
LUSA