A TAP deverá anunciar novos voos e destinos a partir do Porto na primavera, por estar em condições de concorrer com companhias aéreas de baixo custo, anunciou hoje David Neeleman, empresário do consórcio Atlantic Gateway, que detém 45% da TAP.
No pequeno-almoço/debate organizado pela Câmara de Comércio Luso-Britânico, em Lisboa, o empresário garantiu que a companhia aérea nacional está "mais preparada para concorrer" e que estão a ser feitos planos para garantir mais voos no aeroporto do Porto.
"Talvez na primavera possamos anunciar mais destinos e voos do Porto", informou o empresário, recordando que a TAP ao "sair de alguns mercados cedeu para a Ryanair e easyJet".
Assim, com a marca TAP, um "produto melhor e melhores custos podemos concorrer agora", perspetivou o empresário, que recordou a necessidade de negociar com o aeroporto Francisco Sá Carneiro para ter "as mesmas condições dos outros para fazer os voos".
"E se conseguirmos colocar mais aeronaves, vamos começar a voar para outros destinos", informou.
Quanto ao aeroporto de Lisboa, o empresário sublinhou a necessidade de haver saídas rápidas para "maximizar as operações por hora na única pista" disponível e instalar o novo sistema de navegação aérea.
Os cinco anos projetados para a abertura de uma infraestrutura complementar no Montijo voltaram a ser criticados por Neeleman, que previu um período de dois anos, "se houver foco", para uma alternativa.
O empresário argumentou que a solução poderia passar por uma estrutura semelhante ao terminal 2 do aeroporto Humberto Delgado, que demora "seis meses" a ser construída.
Neeleman recusou ainda que taxas aeroportuárias sejam aumentadas para custear uma alternativa. "Não vou pagar para a Ryanair, que devolveu 800 milhões de euros aos acionistas, ter um aeroporto", garantiu.
"Estamos a sobreviver, não vou dar um subsídio. Não podemos ser prejudicados para dar dinheiro para quem está a ter mais lucro", concluiu.
O empresário garantiu também que em 2019 a TAP já terá a sua renovação de frota completa, pelo que "nunca mais será preciso voar num produto inferior".
Na sua intervenção, Neeleman referiu ainda o aumento de empregos na TAP, com a evolução de 7.629 pessoas em setembro de 2017 para a perspetiva de 8.029 em dezembro de 2018.
LUSA