Uma mulher foi detida depois de ter incendiado uma cabina de voto em Moscovo, segundo os meios de comunicação social russos, citados pela agência francesa AFP.
Cinco pessoas foram detidas em Moscovo e nas regiões de Voronezh, Rostov e Karachayevo-Cherkessia depois de terem pulverizado os boletins de voto nas urnas com um “líquido corante”.
Uma pessoa foi detida por ter tentado incendiar uma urna em Khanty-Mansisk, na Sibéria, e outra por ter tentado acender um foguete numa assembleia de voto na região de Chelyabinsk.
O gabinete do procurador na capital russa advertiu na quinta-feira contra quaisquer protestos, uma vez que nenhuma crítica ou oposição é tolerada no país.
A obstrução do exercício do direito de voto pode ser punida com penas de prisão, segundo a legislação em vigor na Federação Russa.
Na véspera do escrutínio, Vladimir Putin, no poder há 24 anos, exortou os russos a não se “desviarem do caminho” num tempo difícil, referindo-se à ofensiva que lançou contra a Ucrânia há mais de dois anos.
Putin, 71 anos, enfrenta três candidatos fracos que não se opõem à ofensiva na Ucrânia nem à repressão que erradicou toda a oposição, culminando com a morte na prisão, em meados de fevereiro, do crítico do regime Alexei Navalny.
O único opositor que tentou candidatar-se, Boris Nadejdine, viu a candidatura rejeitada.
A viúva de Navalny, Yulia Navalnaya, que prometeu continuar a luta do opositor, apelou aos russos para que protestassem votando em qualquer um dos candidatos, exceto Putin.
Também apelou aos russos que apoiam a oposição para irem às assembleias de voto à mesma hora, no domingo às 12:00 em Moscovo (09:00 em Lisboa), para mostrar que são muitos.
A confirmar-se a vitória, Putin permanecerá no poder até 2030 e poderá candidatar-se à reeleição para continuar à frente do país até 2036, ano em que completará 84 anos.
Para isso ser possível, mandou rever a Constituição em 2020.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, ironicamente felicitou hoje Putin “pela vitória esmagadora nas eleições” que agora começaram.
Os Estados Unidos criticaram o ato eleitoral e os diplomatas ucranianos apelaram à comunidade internacional para que rejeitasse o resultado da votação.
Lusa