A Associação Comercial e Industrial do Funchal (ACIF) defendeu hoje um maior fluxo de informação entre o aeroporto da Madeira e os hoteleiros, por forma a facilitar a ajuda aos passageiros afetados pelo cancelamento de voos.
"Nós precisamos de mais informações do aeroporto porque, muitas vezes, desviam o avião, mas nós não sabemos. Por exemplo, um avião é desviado às 15 horas, mas depois regressa à meia-noite ou a outra hora qualquer e nós sabemos e precisamos daquelas camas e se for logo dito: ‘Não, aquele avião está, por exemplo, nas Canárias ou porto Santo e fica lá porque a tripulação já não pode voar’, então nós sabemos que podemos tratar das camas", afirmou Roland Bachmeier, presidente da mesa de hotelaria da ACIF.
Só esta manhã foram cancelados pelos menos cinco voos com partida no Aeroporto Cristiano Ronaldo, no Funchal, devido ao vento.
O responsável deixa o aviso de que o "fluxo de informação" entre ambas as partes deve ser aprofundado, considerando que "é necessário saber se os clientes de determinado avião chegam ou não chegam".
A hotelaria regional tem-se desdobrado em esforços para fazer face ao aumento de número de camas necessárias quando a operacionalidade do aeroporto Cristiano Ronaldo fica dependente dos ventos.
Roland Bachmeier recorda que está em desenvolvimento uma plataforma baseada na internet que irá permitir às companhias aéreas saber da disponibilidade de camas quando acontecem estas situações, mas reconhece que o alojamento local tem retirado capacidade de acomodação, porque não está na tutela do turismo.
"As camas que existem na hotelaria na Madeira têm um inconveniente que é o AL (alojamento local) que acaba por agravar a situação do aeroporto porque nós temos, no momento, através de contas que fizemos, à volta de pouco mais de 12 mil camas só no AL", afirmou.
A existência desta quantidade de camas disponíveis poderia permitir aos operadores lidar com o problema dos passageiros afetados de outra forma porque, considera, o número de visitantes chegados à Madeira deverão estar "mais 500, 600, 700 pessoas".
"Essas pessoas precisam [de um hotel] por uma noite e muitas vezes não lhes interessa o AL e querem um hotel, querem ficar uma noite só e nós não temos no momento aquela capacidade", explicou.
LUSA