“Temos aqui mais este caso trágico, de Alexei Navalny, uma figura de grande relevo na política russa, que teve a ousadia de desafiar Putin. Foi envenenado, esteve a recuperar durante algum tempo, quis regressar à Rússia, foi imediatamente preso e nos últimos tempos as notícias que fomos recebendo foram de prisões cada vez mais duras para Alexei Navalny, portanto é evidente que Putin é o responsável pela morte de Alexei Navalny, tal como é responsável por tantas outras mortes”, disse o governante em declarações à RTP3 a partir de Munique, na Alemanha.
Gomes Cravinho sublinhou que Putin é o responsável pelo regime que instituiu, “uma ditadura” que coloca sistematicamente “os seus opositores na prisão ou no exílio”.
“Em alguns casos vemos mortos, são muitas mortes de pessoas que, de uma maneira ou outra, se opuseram a Putin”, lamentou.
Questionado sobre uma posição concertada a nível internacional, nomeadamente no seio da União Europeia, o ministro referiu que na segunda-feira, em reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros, em Bruxelas, o tema será seguramente abordado.
“Irá haver dentro de poucas semanas eleições presidenciais na Rússia, mas obviamente que são uma farsa, são como as eleições que existiam em Portugal antes do 25 de Abril ou eleições que decorrem de forma rotineira em ditaduras, mas cujo resultado já se sabe de antemão”, destacou.
“Não temos nenhuma ilusão sobre a natureza do regime”, acrescentou.
“Já instituímos um conjunto de sanções à Rússia devido à invasão da Ucrânia, portanto vamos ver. Estamos a discutir o 13.º pacote de sanções. Não estamos minimamente surpreendidos, nem nós em Portugal, nem os nossos parceiros da UE com mais esta manifestação do regime da Rússia. Vamos seguramente intensificar as sanções, seja por causa da invasão da Ucrânia, seja por causa também daquilo que é a opressão ao povo russo”, garantiu João Gomes Cravinho.
O opositor russo Alexei Navalny, um dos principais críticos de Vladimir Putin, morreu na prisão, segundo o serviço penitenciário federal da Rússia.
Navaly, 47 anos, estava numa prisão no Ártico, para cumprir uma pena de 19 anos sob “regime especial” e, segundo aqueles serviços, sentiu-se mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.
Lusa