A oposição venezuelana denunciou que o Governo do Presidente Nicolás Maduro nega-se a autorizar a entrada no país de 900 contentores de medicamentos provenientes da Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai.
"O Governo nacional (venezuelano) não dá autorização, no seu empenho por fazer que o mundo acredite que aqui não há uma crise humanitária e isso é sumamente grave", denunciou o deputado José Gregório Correa.
Em declarações aos jornalistas, em Caracas, o deputado, que também é presidente da Comissão de Assuntos Interiores, Segurança e Defesa do Parlamento do Mercosul (Parlasul), questionou a importância que tem "vida dos venezuelanos" para o Governo.
Como exemplo da gravidade da situação, explicou que "Cojedes é o segundo estado (venezuelano) com escassez de medicamentos à escala nacional".
"Segundo as estatísticas, duas pessoas faleceram como consequência da escassez de medicamentos, sem contar o péssimo funcionamento dos hospitais e a sua decadente dotação", denunciou.
Para o parlamentar, negar a entrada de medicamentos para as pessoas "é um crime que lesa a humanidade".
"Numa situação como está, é realmente não humano que por diferenças políticas não permitam o ingresso. O que de verdade deveria importar ao Governo é preservar a vida dos cidadãos", disse.
Na Venezuela são cada vez mais frequentes as queixas da população para encontrar alguns tipos de medicamentos, entre eles os tratamentos para hipertensão, diabetes e cancro.
Segundo os funcionários de várias farmácias, quando os medicamentos chegam, têm custos elevados para grande parte da população e dão como exemplo os comprimidos para a hipertensão, cujo tratamento para 15 dias custa mais de 50% do salário mínimo mensal.
LUSA