“A Roma anuncia que José Mourinho e os seus colaboradores técnicos deixam o clube com efeito imediato”, anunciou hoje o clube, nono classificado na Serie A, com 29 pontos, menos 21 do que o líder Inter Milão, após 20 jornadas.
Mourinho, de 60 anos, chegou ao emblema ‘giallorosso’ em maio de 2021, sucedendo, então, a Paulo Fonseca, e deixa o cargo seis dias depois da eliminação nos quartos de final da Taça no terreno da eterna rival Lazio, com um golo de Mattia Zaccagni, de grande penalidade, e de o português Tiago Pinto ter anunciado o fim do seu ciclo como diretor desportivo do clube.
No emblema romano, Mourinho conquistou a Liga Conferência Europa, em 2021/22, tornando-se no primeiro treinador a erguer as três taças continentais de clubes, depois da Liga dos Campeões, em 2003/04 e 2009/10, e da Liga Europa, em 2002/03 e 2016/17.
A Roma foi o 10.º clube orientado por Mourinho, que se estreou no Benfica, em 2000/01, depois de ter coadjuvado Bobby Robson, no Sporting, no FC Porto e no FC Barcelona, e Louis van Gaal, nos catalães, antes de rumar à União de Leiria.
Seguiu-se o percurso vitorioso no FC Porto, que o levou ao Chelsea, na primeira passagem de uma carreira que conta ainda com experiências no comando técnico de Real Madrid, Manchester United e Tottenham.
Na capital italiana, além da conquista da Liga Conferência Europa, Mourinho chegou à final da Liga Europa, na época passada, tendo sido batido pelo Sevilha, sem ir além do sexto lugar no campeonato, em 2021/22 e 2022/23.
No seu regresso a Itália, Mourinho não foi tão feliz como na primeira experiência no Inter Milão.
Entre 2008/09 e 2009/10, Mourinho, no apogeu de uma carreira vitoriosa que tinha ganhado expressão no FC Porto e no Chelsea, levou os ‘nerazzurri’ à conquista de dois títulos italianos (2008/09 e 2009/10) e uma Liga dos Campeões, em 2010, que escapava ao clube de Milão há 45 anos.
Numa era de domínio incontestado do Inter, durante o qual a Juventus sarava as feridas do escândalo ‘Calciopoli’ (do qual resultou, inclusive, a despromoção à Série B), o treinador português ergueu ainda uma Taça de Itália (2009/10) e uma Supertaça transalpina (2008/09).
A saída de Mourinho para o Real Madrid, em 2010, coincidiu com o regresso da hegemonia do clube de Turim e o título de campeão italiano alcançado nesse ano, que culminou uma série de cinco consecutivos do Inter.
Este é o quarto despedimento sucessivo de Mourinho, depois de Chelsea, em 2015, Manchester United, em 2018, e Tottenham, em 2021, depois de um início de carreira triunfante, com a vitória na Taça UEFA ao serviço do FC Porto, em 2003, proeza que superou no ano seguinte, perante o espanto generalizado, quando levou os ‘dragões’ à improvável conquista da Liga dos Campeões.
A mudança para o Chelsea trouxe novas conquistas, para o treinador e o clube londrino, mas apenas internas (o histórico título inglês em 2005, após 50 anos de ‘jejum’, e a revalidação em 2006), acabando mesmo por ser dispensado em 2007, e a glória europeia só chegou de novo no Inter, em 2010.
A mudança para o Real Madrid, numa altura de supremacia quase absoluta do FC Barcelona, traduziu-se, ainda assim, na conquista do título espanhol, em 2012, antes do regresso ao Chelsea, que proporcionou ao técnico o terceiro cetro de campeão inglês, em 2015.
Mourinho não chegou ao fim daquele ano nos ‘blues’, sendo despedido pela segunda vez do clube londrino em dezembro, destino idêntico ao que conheceu depois no Manchester United no Tottenham e, agora, na Roma.
Os romanos escolheram Daniele De Rossi, lenda dos ‘Giallorossi’, para orientar a equipa. Esta é a segunda experiência do técnico de 40 anos, que orientava o SPAL 2013, da série B italiana.