As autoridades venezuelanas solicitaram a emissão de um "alerta vermelho" da Interpol para deter vários civis e militares, entre eles um general reformado, luso-descendente, por suspeita de conspirarem contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro.
Segundo o diretor dos Serviços Bolivarianos de Inteligência da Venezuela (SEBIN, serviços secretos), Gustavo González López, os civis e militares são acusados de participação no assalto à base militar de Paramacay, Estado de Carabobo (centro-norte do país) ocorrido a 6 de agosto último, durante o qual foi roubado vário armamento.
"O assalto está relacionado com a permanente ação criminosa de grupos opositores que pretendem o derrocamento do Governo do Presidente Nicolás Maduro", disse aos jornalistas.
O "alerta vermelho" inclui o general reformado Marcos Ferreira, luso-descendente e ex-diretor dos serviços de identificação e estrangeiros da Venezuela, atualmente radicado em Miami, nos EUA, e que é ainda acusado de ter participado, em abril de 2002, no golpe de Estado que afastou temporariamente o falecido Presidente Hugo Chávez (presidiu a Venezuela entre 1999 e 2013) do poder.
Segundo Gustavo González López, até ao momento foram capturadas 18 pessoas, entre elas o primeiro tenente Jefferson Gabriel Garcia dos Ramos, também luso-descendente.
Pelo caso estão detidos um total de 8 ex-militares e também o presidente do sindicato Fetracarabobo, Omar Escalante, o presidente do Colégio de Contabilistas Públicos (entidade que outorga a carteira), Rosmary Di Pietro, o presidente do Colégio de Enfermeiros de Carabobo, Juúlio Garcia Castillo, e vários empresários.
As autoridades venezuelanas recuperaram parte do lote de armas roubado e procederam ao congelamento dos bens e contas bancárias dos envolvidos e dos proprietários dos lugares onde foi gravado um vídeo difundido pela Internet, estando à procura de outros 23 suspeitos.
Entre as pessoas que têm uma ordem de detenção da Interpol está a jornalista Patrícia Poleo (asilada em Miami), o major retirado Ramón Rodríguez, piloto de uma linha aérea comercial, e um ex-comissário dos serviços secretos venezuelanos, William Ojeda.
A 6 de agosto, um grupo de militares e civis atacou a base militar de Paramacay (a mais importante da região centro-norte do país), ocasionando pelo menos dois mortos e um ferido.
No ataque terão participado pelo menos 20 indivíduos que surpreenderam os seguranças e foram diretamente ao depósito de armamento.
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro acusou hoje os Estados Unidos e a Colômbia de estarem por detrás do ataque à base militar de Paramacay e ordenou o reforço da segurança das instituições das forças armadas.
LUSA