A Holanda lançou hoje um alerta alimentar por suspeita de contaminação de ovos com um pesticida tóxico, caso que a União Europeia está a acompanhar, uma vez que os produtos em questão são exportados para o mercado europeu.
Os ovos sob suspeita são vendidos na Holanda, mas também em outros mercados europeus, nomeadamente na Alemanha. Os produtos em questão foram entretanto retirados do mercado.
O organismo holandês responsável pela segurança alimentar (NVWA) espera terminar hoje os trabalhos de controlo em 180 explorações avícolas na Holanda que supostamente terão utilizado Fipronil, um pesticida utilizado para eliminar ácaros e insetos e que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera tóxico para o uso humano.
Em Bruxelas, a União Europeia (UE) afirmou que está a acompanhar este caso e disse que a situação está “sob controlo”.
“Estamos a acompanhar de perto os desenvolvimentos. As explorações foram identificadas e os ovos contaminados foram localizados e retirados do mercado, a situação está sob controlo”, declarou a porta-voz da Comissão Europeia, Anna-Kaisa Itkonen, na conferência de imprensa diária do executivo comunitário.
A par do alerta alimentar, a imprensa holandesa está a relatar as informações contraditórias que foram transmitidas pela NVWA.
Num primeiro momento, o organismo disse que os níveis de pesticida utilizados não representavam um risco para a saúde pública, mas depois lançou um alerta sobre uma série específica de ovos, recomendou a sua retirada do mercado e aconselhou que estes produtos não deviam ser consumidos até novo aviso.
Numa nota informativa, o organismo identificou os produtos sob suspeita, ovos brancos com a etiqueta X-NL-40155XX, e indicou que o governo holandês recomenda “o não consumo” porque “o alto nível de Fipronil constitui uma grave ameaça para a saúde pública”.
Fontes da NVWA confirmaram à agência noticiosa espanhola EFE que estes produtos foram exportados para a Alemanha e indicaram que uma investigação “está em curso”.
As mesmas fontes afirmaram que para apurar se outros mercados europeus receberam estes produtos, os governos devem consultar o Sistema de Alerta Rápido para os Géneros Alimentícios e Alimentos para Animais (RASFF) da União Europeia (UE).
O caso também está a ter repercussões na Bélgica, onde a Agência Federal de Segurança Alimentar (AFSA) foi informada em junho passado sobre a existência de ovos contaminados com Fipronil.
A Afsca e a justiça belga abriram um inquérito, mas, até ao momento, as primeiras análises divulgadas indicaram que os níveis de pesticida utilizados na remessa de ovos em questão “não representam um risco para o consumidor", informou a agência noticiosa Belga.
LUSA